Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 276

Ao ouvir aquele tom debochado, Gabriel ficou ainda mais irritado. Sua voz veio carregada de ameaça:

— Eu não preciso da sua assessoria. Mas você... Deveria pensar em preparar sua própria defesa antes que seu escritório vá à falência.

Leonardo soltou uma risada calma e respondeu com ironia:

— Ah, não se preocupe, Sr. Gabriel. Não acho que esse dia vá chegar.

— É mesmo? Pois eu diria que está bem perto. Logo depois dessa audiência.

Leonardo arqueou uma sobrancelha. Entendeu a insinuação imediatamente.

Então o tal Gabriel era desses, ressentido, vingativo. Mandava os advogados intimidarem e, ainda assim, fazia questão de vir pessoalmente.

— Bom, sem problemas. Quando eu ganhar essa causa, vou ter dinheiro suficiente pra abrir outro escritório. — Disse Leonardo, com voz leve, quase preguiçosa. — Desde já, agradeço pelo patrocínio, Sr. Gabriel.

O duelo verbal seguia num vaivém cortante. Gabriel já estava fervendo de raiva.

Quem esse Leonardo pensava que era? Tinha mesmo a ousadia de enfrentá-lo cara a cara? Só porque vinha da família Barbosa, achava que era intocável?

— Heh... Veremos se você tem mesmo competência pra ganhar alguma coisa. — Disse Gabriel, contendo a fúria que latejava nas têmporas. — Meu último conselho: pare de se meter onde não foi chamado. Do contrário, não será só seu escritório que vai cair. Pode acabar puxando sua família inteira pra lama.

— Uau... Isso é o que chamam de opressão vinda de uma família poderosa como o Grupo Pereira? Estou tremendo aqui. — Respondeu Leonardo, com uma entonação tão exagerada que beirava o sarcasmo.

A veia na testa de Gabriel quase saltava.

— Mas me diga, Sr. Gabriel... Se você é tão confiante assim, por que está me ameaçando? — Continuou Leonardo, agora em tom normal, cruzando as pernas com elegância. — Não seria porque já sabe que vai perder e está tentando me derrubar antes do julgamento?

— Você... Quem disse que eu vou perder? Se prepare pra ver sua derrota de perto. Você e esse escritório de merda vão sumir da Cidade A. Vai aprender que quem recusa um aviso... Assina a própria sentença!

— Nossa, que boca suja... Ficou descontrolado? — respondeu Leonardo, em tom provocador. — Ai, Sr. Gabriel... Precisamos ser mais civilizados. Paz e bons negócios, né? Veja bem, se a gente...

A ligação caiu. Gabriel havia desligado.

Sem perder tempo, tirou um print e mandou para Letícia.

Depois, digitou uma resposta seca, profissional:

[Sinto muito por qualquer transtorno. Podemos ajustar o valor dos honorários, se necessário.]

Mas, ao reler o conteúdo, percebeu que por trás do tom irreverente de Leonardo havia uma verdade: Gabriel de fato o havia confrontado. E com seriedade.

Seu semblante se contraiu. As sobrancelhas se aproximaram.

Resolveu perguntar em detalhes o que havia acontecido, afinal, muitos escritórios já haviam recusado seu caso por medo da influência do Grupo Pereira.

Do outro lado da conversa, Leonardo olhava as mensagens meticulosamente formais enviadas por seu cliente e não conseguiu conter uma risada.

Mas logo deixou as provocações de lado e adotou um tom mais sério para tratar do assunto principal.