Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 308

“Então é isso...”

Leonardo suspirou por dentro. Eduardo já era. Sem chances.

— Não fica brava, não! Juro que não foi por mal. — Disse Leonardo, apressado.

— Eu sei. Só fiquei curiosa pra entender por que você insistiu tanto naquele discurso. — Respondeu Beatriz.

Ela não disse abertamente que achava que ele estava tentando fazer um match.

Se falasse isso em voz alta, depois ia ser constrangedor demais quando reencontrasse Eduardo.

Embora, pensando bem... Talvez nem se vissem mais.

Talvez só mais uma vez, quando ela entregasse o presente como forma de agradecimento.

— Eu... É... hahaha... considera que eu tive um surto momentâneo, vai. — Respondeu Leonardo, rindo meio sem graça, com um leve gaguejo. — Ou então pensa que foi só uma desculpa pra falar com você. O processo já terminou, se não for por isso, eu não teria nem motivo pra te ligar, né?

Ele resolveu se jogar na lama por conta própria.

Já que a missão de cupido fracassou feio, melhor rir de si mesmo do que se afundar em vergonha.

Do outro lado, Beatriz ouviu tudo. Não que acreditasse muito na explicação dele, era bem óbvio que tinha mais coisa por trás.

Mas, sinceramente, isso já nem importava tanto.

Ela só ficou aliviada por não ter sido mais direta naquele momento anterior.

Se tivesse dito abertamente que percebeu a intenção de Leonardo de aproximá-la de Eduardo, o clima teria ficado péssimo.

— Se quiser conversar, é sempre bem-vindo. — Respondeu Beatriz, entrando no clima e dando um leve sorriso na voz. — Mas eu sou uma pessoa meio chata. Provavelmente não sou boa companhia pra papo leve e divertido.

— Hahaha, imagina! Srta. Beatriz, você é muito modesta. Eu acho você única, inteligente, bonita, direta. Uma amiga excelente. — Elogiou Leonardo, com um tom leve.

Com isso, a conversa seguiu em outro ritmo.

Toda a tensão anterior foi se dissipando aos poucos, como se nunca tivesse existido.

Trocaram mais algumas gentilezas, uma ou duas frases elogiando o profissionalismo e personalidade um do outro, e logo se despediram com educação.

— É que... Ainda não saiu a petição. O Leonardo só queria conversar comigo sobre por onde o outro lado pode tentar atacar. — Inventou Beatriz, com naturalidade.

Letícia ouviu e aceitou a explicação sem levantar suspeitas. Fez sentido.

Enquanto isso, Beatriz se levantava da mesa e começava a limpar os restos do almoço, enquanto comentava com Letícia o que havia acontecido mais cedo, algo que, aliás, dizia respeito a ela.

Ao ouvir que Leonardo, mais uma vez, vinha com a história de convidá-la para sair, só para usar seu nome como desculpa pra recusar o convite de Beatriz, Letícia bufou de raiva.

E ainda teve a cara de pau de pedir pra Beatriz marcar um jantar entre ele e a Letícia, como se fosse algo normal.

Na hora, Letícia perdeu completamente a paciência.

— Esse cara é DOENTE! Toda vez tem que usar meu nome como escudo? Ele acha que eu vou acreditar que ele tá super, hiper, ultra morrendo de saudade de mim? Ah, vá se catar! Isso é golpe duplo! — Esbravejou. — Ele pensa que eu ainda sou aquela tonta do colégio, né? Que acreditava em qualquer abobrinha! Quem cai nessa agora? — Desgraçado! Tomara que perca a voz! Quero ver se vai continuar com esse papinho furado!

Beatriz escutava tudo em silêncio, deixando a amiga desabafar até o fim.

Letícia falava sem parar, sem nem respirar entre as frases, uma metralhadora de xingamentos, com precisão e fúria dignas de guerreira.