Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 321

— Daniel, que porra é essa, cara?! — Gabriel não aguentou mais e explodiu de raiva.

“Tem que ter bolo pra duas comemorações ainda por cima! E claro, tem que ser de três andares, né?

Coma, coma tudo, enfia essa merda na boca... Tomara que engasgue!!!”

— Sr. Gabriel, o que foi? Por que tanta raiva? — Disse Daniel, fingindo estar assustado. Olhou ao redor com uma expressão de pura inocência.

— Tá de palhaçada comigo?! Comemorando meu divórcio na minha frente?! Você enlouqueceu ou tá querendo morrer?! — Gabriel o encarou com ódio nos olhos.

Ao ouvir os palavrões e ver Gabriel insultando Daniel, Beatriz franziu a testa imediatamente e virou-se para encará-lo com indignação.

Antes que ela pudesse abrir a boca, Daniel se adiantou, ainda com o tom de quem não tinha culpa alguma:

— Eu não tô comemorando o seu divórcio. Isso não tem nada a ver com você. Tô comemorando com a Beatriz.

— Você sabe muito bem que a Beatriz se divorciou de mim! — Gritou Gabriel, a voz carregada de fúria.

— Sei sim. — Disse Daniel, com a maior tranquilidade do mundo. — Mas, como eu disse, não é por você. É por ela. A comemoração é dela. Não tem nada a ver com você.

Gabriel fechou os punhos, o olhar inflamado de raiva. Rangeu os dentes e disse entre eles:

— Como assim não tem nada a ver comigo? Eu sou um dos envolvidos!

— Mas eu sou mais próximo da Beatriz. Com você, é só negócios. — Disse Daniel, como se estivesse explicando algo óbvio.

— Ou será que o senhor Gabriel queria ser convidado também? — Completou, com um ar de falsa surpresa.

Gabriel ficou vermelho de tanta raiva. Levantou-se bruscamente do assento.

No mesmo instante em que saiu da cabine, Beatriz também se levantou e esticou os braços para barrá-lo.

— Gabriel, chega! — Disse ela, com o rosto fechado. — Isso aqui é um lugar público. Quer causar e sair daqui escoltado pela polícia?

Gabriel parou no lugar. Olhou para aquela garota pequena que, sem hesitar, se colocava entre ele e Daniel para defendê-lo. O coração apertou no peito.

Seu olhar passou por ela, pousando novamente no homem sentado ali com a maior calma do mundo, como se estivesse no direito de tudo aquilo. Gabriel o fuzilou com os olhos. Havia raiva, ciúmes, mas também desprezo e nojo.

Ela assentiu e começou a se virar para sair, mas, de repente, sentiu o pulso ser agarrado.

— Beatriz, o Daniel não é um bom homem! Não se deixa enganar! — Gabriel a encarava, o tom carregado de desespero.

— Quem ele é ou deixa de ser não cabe a você julgar. — Retrucou Beatriz, com indignação.

As palavras dela o atingiram como uma facada. O ciúmes crescia como uma onda prestes a afogá-lo. Seus olhos até começaram a marejar.

“Por quê?

Um cara desprezível, sujo, um canalha... E mesmo assim Beatriz o tratava como se fosse precioso.

Enquanto comigo... Ela foi embora sem olhar pra trás. Como se nunca tivesse sentido nada. Como se nunca tivesse amado.”

Beatriz sentia dor no pulso com a força da pegada. Tentou puxar o braço, mas não conseguiu se soltar. Daniel se aproximou e interveio, separando os dois.

— Sr. Gabriel, por favor, controle-se. Você e Beatriz não têm mais qualquer relação. — Disse Daniel com firmeza.