Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 348

— Eu não tava criticando a Beatriz... — Disse Eduardo, quase se defendendo. — Só perguntei, só isso mesmo.

É que toda vez que Beatriz respondia, vinha com uma educação tão extrema, uma polidez tão perfeita, que até quando ele não tinha intenção nenhuma, ela já se desculpava antes.

— E pra que perguntar, então? Só de perguntar já mostra que você se incomodou. — Retrucou Letícia, com um muxoxo.

Sinceramente, dessa vez ele não queria dizer nada demais. Mas agora... Nem mergulhado no Rio Amazonas ia conseguir sair limpo.

— Eu não tava te acusando de nada, Beatriz. Por favor, não me entenda mal. — Disse ele, voltando-se diretamente para ela.

— Igual da outra vez, ao telefone. Aquilo também não foi praga, nem nada. Foi só uma observação... Médica. — Completou, com ar de quem queria resolver a situação de uma vez.

Beatriz assentiu com a cabeça. Na verdade, ela não tinha se sentido ofendida, nem achava que estava sendo culpada por algo.

Só que, diante de Eduardo, preferia manter as formas. Antecipar qualquer possível mal-entendido, assumir a responsabilidade. Ser humilde nunca era demais.

“Afinal, quanto mais perfeita, educada e contida... Menos chances ele teria de encontrar uma brecha para me provocar.”

Vendo que ela entendeu, Eduardo ficou calmo.

Mas Letícia não resistiu à vontade de alfinetar:

— Irmãozinho, faz um favor? Fica quieto. Porque tudo o que você diz, a gente sempre acha que tem segundas intenções.

Eduardo ficou sem palavras...

Será que sua imagem tinha despencado tanto assim? Mas ele já tinha pedido desculpas na Aurora. E ela tinha aceitado.

Não dava pra condenar um homem por uma falha pro resto da vida, né?

Até quando foi buscar Beatriz no condomínio, só fez uma ou duas provocações verbais. Mesmo assim, tomou uma bronca da irmã, que jurava que ele estava intimidando a menina...

— Tenho a impressão de que você ainda tem uma imagem errada sobre mim. — Disse Eduardo, agora mais sério, olhando diretamente para Beatriz.

Ela ergueu os olhos, levemente confusa.

— Eu nunca tive má intenção com você. Nunca te provoquei com maldade. E aquilo que falei antes... — Ele hesitou um segundo. — Não foi por mal. Eu não sou o tipo de cara que guarda rancor de uma garota.

Eduardo achava que já tinha deixado tudo claro. Aquilo tudo, o jeito dele... Era só provocação boba. Sem veneno.

Ele não era do tipo que fazia joguinhos cruéis. Só queria que ela parasse de achar isso.

Beatriz olhava para ele, vendo aquele semblante sério e sincero.

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