Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 357

Os dois entraram no carro. Letícia foi no banco da frente, enquanto Beatriz acomodou-se no banco de trás. Eduardo ligou o motor.

— Pra qual shopping a gente vai? — Ele perguntou à irmã.

Letícia disse o nome, e Eduardo ativou o GPS.

No banco de trás, Beatriz apertava levemente os lábios, ainda pensando no que Eduardo dissera há pouco.

Ele não quis aceitar o dinheiro, preferia que ela pagasse preparando comida para ele.

Só que... O custo dos ingredientes era quase simbólico. Mesmo comprando carne ou costela de primeira, uma refeição caseira não passava de algumas centenas de reais.

E aquele almoço de hoje?

Ela começou a calcular mentalmente quantas refeições seriam necessárias para equilibrar as contas.

Durante a semana ela trabalhava, fazer jantar e ainda entregar a tempo seria difícil.

Eduardo só trabalhava aos sábados, então só esse dia daria certo.

Uma vez por semana... Considerando almoço e jantar, ela precisaria cozinhar por quase um ano inteiro.

Ainda assim, parecia viável.

Era só um sábado, e afinal, ela também precisava comer.

Com a ideia mais clara na cabeça, Beatriz saiu de seus pensamentos e disse:

— Então, aos sábados eu preparo duas refeições. Se a Letícia for lá em casa, ela leva pra você. Se ela não for, eu mesma entrego.

Ao volante, Eduardo arqueou levemente a sobrancelha.

Duas refeições por sábado? Ele achava que teria no máximo um almoço.

E ela ainda usou o termo toda semana.

Quantas semanas ela pretendia manter isso?

Com o jeito certinho e honesto dela, ele já estava imaginando um mês inteiro de banquetes.

Nada mal. Um ótimo acordo.

— Bia, você é honesta demais, né? Meu irmão fala que quer comer tua comida e você já aceita de cara? — Letícia virou-se no banco da frente, surpresa. — E ainda por cima quer entregar pessoalmente? Faz o favor, né. Manda o secretário dele buscar, oras.

— Bia... você não precisa exagerar assim. Só aceita, pronto. Igual da outra vez, quando meu irmão te deu aquele perfume de presente pra se desculpar.

Beatriz: “Não posso aceitar algo tão caro sem motivo…”

Naquela vez, o presente de Eduardo foi valioso demais.

Se fosse algo mais simples, até aceitava com mais leveza.

As coisas precisavam ser separadas.

As mágoas do passado já tinham sido compensadas com o pedido de desculpas e o presente.

Mas, na semana passada, quando ela estava enfrentando o processo de divórcio, Eduardo a ajudou de novo.

Por isso, não importava o valor material, ela precisava retribuir de alguma forma.

— Ela entende o valor de retribuir. É uma qualidade rara hoje em dia. Já você... só sabe se aproveitar de tudo: comida, casa, até transporte, e ainda acha isso normal. — Eduardo disse, lançando um olhar para a irmã.

Letícia virou-se bruscamente para ele e o encarou com cara de poucos amigos, pronta pra rebater...