Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 403

O mordomo não teve mais o que dizer. Silenciou, já pensando em outro pretexto para tentar ajudar o Sr. Gabriel a sair daquela situação.

Mas, antes que conseguisse bolar qualquer desculpa, ouviu novamente a voz do Sr. Henrique:

— Liga pra Bia.

— Sim, senhor.

O mordomo tirou o celular do bolso, pronto para fazer a ligação, quando o Sr. Henrique, num impulso repentino, disse:

— Deixa pra lá. Não liga, não… Eu não tenho mais cara pra isso…

Ele não queria pedir desculpas em nome de Gabriel, nem esperava que Bia assinasse algum termo de perdão. O que ele queria mesmo… Era apenas pedir desculpas.

Mas…

Naquele momento, já nem tinha coragem de procurá-la. Sentia que isso seria o mesmo que se humilhar.

Afinal, quem estava errado desde o começo era ele. Forçou aquela menina a se casar com seu neto e, depois disso… Ela sofreu tanto.

Dessa vez, Bia foi direto à polícia. E nem sequer o avisou enquanto estava na delegacia. Ele entendeu bem o recado: ela não queria que ele se envolvesse.

O que Gabriel tinha feito… Era mesmo imperdoável. Ele até podia controlar as atitudes do neto, mas não o coração dele. E agora ainda usava a internet para cometer abusos, perseguindo e assediando a garota.

— Pode tirar a comida. Eu não vou jantar. — Disse o Sr. Henrique, soltando um longo suspiro.

— Senhor Henri… — Começou o mordomo.

— Não precisa dizer nada. — Interrompeu Henrique, levantando a mão. — Sei que você viu aquele menino crescer. Mas eu sou o avô dele. E, desta vez, não posso passar a mão na cabeça.

Ele fez uma pausa. Em seguida, completou:

— Deixa ele ficar lá esses dez dias. Que aprenda uma lição. Se, quando sair, resolver repetir tudo de novo, então que volte pra cela. A família Pereira não depende só dele. Acha que é insubstituível? Avise ao André e à família dele. Quero todos jantando aqui amanhã à noite.

O mordomo hesitou, querendo dizer algo… Mas acabou calando-se.

Sabia que o Sr. Henrique estava tomado pela raiva, ferido no orgulho.

Ah, Sr. Gabriel…

Por quê?