Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 550

A última mensagem dele foi:

[Eu errei. Me desculpa. Sério, desculpa mesmo.]

Beatriz, pela primeira vez, ficou em silêncio. Mordeu levemente o lábio.

Então, no fim das contas, Eduardo só estava brincando com ela. Não tinha gravação alguma. Nem vídeo nenhum.

“É… Bem a cara dele.”

O pedido de desculpas a fez lembrar da discussão que tiveram dias atrás, ali mesmo, na Aurora. Naquela ocasião, ele a provocou tanto que ela perdeu a paciência. E, assim que percebeu que ela ficou irritada, Eduardo se apressou em pedir desculpas.

Beatriz suspirou, por dentro.

“Como é que alguém, com quase trinta anos na cara, consegue ser tão infantilmente desagradável?”

Se ele fosse só ruim, tudo bem, um cretino puro. Seria mais fácil odiá-lo. Mas não... Ele sempre aparecia com pedidos de desculpas, e, da última vez, ainda mandou um presente caríssimo como retratação.

Beatriz permaneceu com a expressão impassível.

“Esse Eduardo… Ele é…”

Antes que conseguisse encontrar um adjetivo apropriado, as luzes do departamento se acenderam. O expediente da tarde tinha começado.

A claridade a trouxe de volta à realidade. Ela ligou o computador para iniciar o trabalho e, quase sem pensar, respondeu à mensagem de Eduardo.

Escritório da presidência, Grupo Martins...

Eduardo, que normalmente descansava por meia hora depois do almoço, naquele dia não conseguiu pregar o olho.

Seu dia era sempre lotado, e ele costumava trabalhar até tarde. Mas agora estava estirado no sofá, com uma das mãos apoiando a cabeça e o celular na outra, rolando a tela sem foco. Já fazia quase uma hora… E nada da resposta.

“Será que ela está mesmo brava?

Ok, talvez eu tenha passado um pouco dos limites ao dizer que tinha gravações...”, pensou, arrependido.

Ele já tinha pedido desculpas, mas o silêncio permanecia. O balão de mensagens continuava intacto.

Beatriz não o perdoou.

Irritado, Eduardo se levantou. Alisou a camisa, tentando retomar a compostura, e voltou à sua mesa para trabalhar. Mas os olhos insistiam em deslizar até a tela do celular.

Tinha deixado as notificações da Beatriz no modo vibrar, só para garantir que não perderia nada.