Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 588

Da cama, ao ver o neto agarrando Renato como um louco e o interrogando, o senhor Henrique ergueu a voz em tom de advertência:

— Gabriel! O que pensa que está fazendo? Largue-o já.

Gabriel, porém, não obedeceu. Pelo contrário, apertou ainda mais o colarinho do outro.

— Você tem provas? — Perguntou Renato, com a voz fria e o rosto impassível. — Com que direito afirma que fui eu?

— Porque a Vitória é sua irmã! Você quer se vingar da Beatriz por ela. — Rosnou Gabriel, convicto. — Ela já tem antecedentes. Na outra vez, contratou gente para sequestrar, mas não conseguiu. Desta vez, com você junto, ficou ainda mais ousada.

Renato quase riu de indignação diante daquela lógica absurda.

“Esse Gabriel é mesmo um idiota.”

Se tivesse sido ele, estaria sentado ali, debaixo dos olhos de todos, se oferecendo de bandeja?

E, sem nenhuma prova, o outro se atrevia a atirar-lhe acusações ao vento.

— O caso da minha irmã já ficou no passado. Ela foi punida, passou dez dias detida. — Disse Renato com firmeza. — No futuro, eu mesmo vou orientá-la a seguir o caminho certo. Ela não voltará a fazer esse tipo de coisa.

Aliás, ele não acreditava que Vi tivesse feito aquilo agora, pois nos últimos dois dias estiveram juntos e ela praticamente não saíra do hotel durante o dia.

— Por fim, traga-me provas concretas antes de me acusar. Não venha com insinuações vazias. — Completou, com o tom gelado.

Gabriel ainda queria retrucar, atacar de novo, mas o mordomo se aproximou e tratou de separá-los.

— Sr. Gabriel, o senhor não ia ver a srta. Beatriz? É melhor ir logo. — Insistiu o mordomo.

Mas, por conta da idade, não tinha força para afastar Gabriel sozinho. Foi então que a secretária de Renato se apressou para ajudar, suando frio enquanto tentava apartar os dois.

“Esse Gabriel era mesmo o típico bezerro novo que não teme onça.”

— Envie alguém ao hospital para cuidar dela e me informe de qualquer novidade. — Ordenou o senhor Henrique ao mordomo.

O mordomo assentiu e já tirou o celular para organizar tudo.

Diante do ocorrido, e considerando que a visita de cortesia já havia sido feita, Renato se levantou, pronto para se retirar. Fez uma breve reverência de despedida e o senhor Henrique não tentou retê-lo, pedindo apenas que o mordomo o acompanhasse até a saída.

Porém, antes mesmo de Renato cruzar a porta, o mordomo atendeu a uma ligação. Era a polícia.

— A srta. Beatriz sofreu uma pancada na cabeça, mas nada muito grave. O pior é que ela... — O mordomo fez uma pausa e então transmitiu a informação para todos. — Ela foi envenenada com o chamado Pó do Êxtase, nome químico composto fenólico polimórfico, um pó tóxico extremamente letal.

Ao ouvir o nome, o senhor Henrique ficou visivelmente abalado.

Embora não soubesse exatamente o quão assustador era esse Pó do Êxtase, o fato de ser descrito como “letal” já bastava para indicar que o nível de perigo era altíssimo.