Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 680

Renato percebeu a forte insinuação nas palavras de Eduardo.

Virou-se para ele com um olhar direto, o rosto inexpressivo, e disse:

— Enquanto não houver violação da lei, é claro que será mimada sem limites.

Eduardo ainda se preparava para responder, mas Renato falou de novo, cortando qualquer rodeio.

— Se tem algo a dizer, Sr. Eduardo, fale logo. Não precisa dessas voltas. Além de parceiros de negócios, nossas famílias têm laços antigos. Não há motivo para tanta formalidade.

Eduardo soltou uma risada curta.

— Muito bem, então. Minha pergunta era apenas para sondar até onde vai a sua tolerância em relação à sua irmã.

— Vi é, em essência, uma boa garota. Só foi extrema demais quando se tratou de Gabriel e acabou ferindo uma pessoa inocente. — Respondeu Renato. — Ontem mesmo minha secretária entregou à ex-esposa de Gabriel a minuta da indenização e conversou com ela. Tudo seguirá conforme o combinado. Não faltará nada.

Eduardo assentiu, pensativo.

— Dinheiro é o de menos. Para a família Cardoso, uma quantia dessas não faz diferença. Além do mais, de que adianta uma fortuna se a vida já se perdeu?

Chegaram ao hall dos elevadores. Renato parou, virou-se e encarou Eduardo nos olhos.

— Por que todos vocês parecem acreditar que Vi voltará a atacar a ex-esposa de Gabriel?

— Por precaução, apenas. — Respondeu Eduardo. — Desta vez foi um entorpecente. Quem pode prever o que será da próxima? Estamos falando de vidas humanas. É preciso estar preparado para tudo.

Renato ouviu em silêncio, antes de reafirmar, firme:

— Já a trouxemos de volta. Ela irá viver no exterior. Quanto a Gabriel, a família Cardoso encontrará para ela um homem muito mais digno. Gabriel não chega nem perto de merecê-la. Portanto, essa suposta rivalidade com Beatriz não tem mais motivo para existir.

— Então o passado entre elas será simplesmente apagado? Tem certeza de que sua irmã não voltará a se vingar? — Questionou Eduardo. — Gabriel foi infiel no casamento, e Vitória nada pôde fazer contra ele. Mas contra Beatriz... Atacou uma, duas, várias vezes.

Eduardo ficou surpreso.

— Como chegou a essa conclusão? — Retrucou, desconcertado.

— E não é verdade? — Disse Renato. — Foi por causa dela que obrigou Vitória a pagar cinco milhões, além de forçá-la a passar dez dias numa detenção. E agora, novamente, me procura apenas para tratar de questões relacionadas a ela. Sua preocupação não parece ser comum. Se isso não é interesse, não sei como explicar o motivo das suas atitudes.

Eduardo permaneceu em silêncio, os lábios contraídos. Por fim, murmurou:

— Beatriz é amiga da minha irmã. Ela me pediu que ajudasse. Só isso.

Renato ouviu, mas em sua mente ficou uma dúvida...

“Que tipo de amizade era essa, suficientemente forte para levar alguém a proteger outra pessoa com tanto afinco?”

Não insistiu. Apenas entrou no elevador, e as portas se fecharam, levando-o para o andar inferior.