Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 739

— Sr. Eduardo, de que adianta perguntar só à Beatriz? Se tem coragem, abre a porta do carro! — Disse Daniel, ao notar a expressão constrangida dela.

Eduardo não abriu. Pelo contrário, acionou a trava da porta. A menos que Beatriz se levantasse e pulasse para fora, não havia como sair.

Quando ela ainda buscava uma resposta, a situação conseguiu piorar.

Do portão do estacionamento, saíram mais dois carros. Eram nada menos que o chefe direto dela, Murilo, e outro líder do departamento.

A princípio, os dois nem perceberam a presença de Eduardo. A Lamborghini, com a carroceria baixa, ficava escondida no ângulo cego. O que viram primeiro foi o carro de Daniel e, ao reconhecerem, acenaram.

Mas, ao olharem mais de perto, através das três camadas de vidro, distinguiram Beatriz sentada no banco do passageiro… E, ao volante, ninguém menos que o Sr. Eduardo, com o modelo mais novo e chamativo de carro esportivo.

— Boa noite, Sr. Eduardo. — Cumprimentaram os dois, apressados.

Seus olhares, no entanto, iam e vinham entre Beatriz e Eduardo, carregados de suposições.

Murilo, que mantinha boa relação com Beatriz, chegou a lançar-lhe um olhar direto, como se perguntasse: “O que está acontecendo aqui?”

Beatriz, diante do brilho óbvio de curiosidade nos olhos dos superiores, desejava ardentemente que o chão se abrisse para engoli-la.

Não eram colegas de trabalho que a flagravam, mas, francamente, ser vista por chefes não era melhor em nada.

Ela tentou se explicar, chegou a abrir a boca, mas nem teve tempo de falar. Eduardo se adiantou:

— Vieram na hora certa! Tirem o Sr. Daniel da frente. Ele interceptou meu carro e está bloqueando a saída do estacionamento. Uma conduta gravíssima.

Murilo e o outro líder trocaram um olhar, mas ninguém ousou agir. Afinal, Daniel era o verdadeiro chefe deles.

— Se o Sr. Eduardo sabe que está bloqueando a saída e que há risco, então abra a porta e deixe a Beatriz descer. — Retrucou Daniel.

Eduardo arqueou a sobrancelha e respondeu:

Dentro da Lamborghini, no banco do passageiro, Beatriz criou coragem para falar:

— Sr. Eduardo, se continuarmos assim, vamos acabar atrapalhando o trânsito...

— Reclame com o seu Sr. Daniel. É ele quem não me deixa passar. — Respondeu Eduardo, impassível.

Ela não disse nada. Em vez disso, olhou discretamente para o lado, tentando localizar a maçaneta ou o botão da porta. Mas, sem familiaridade com aquele tipo de carro, percebeu que o sistema não era o mesmo da Ferrari de Letícia. O suor começou a escorrer pela nuca.

— Sr. Eduardo, acho melhor eu voltar de metrô. Por favor, poderia abrir a porta para mim? — Pediu, constrangida.

Eduardo virou o rosto para ela. Aquilo era típico de Beatriz, preferir sacrificar-se a ter de escolher um lado, sempre tentando preservar a paz. E realmente parecia algo que ela faria, optar pelo metrô só para não magoar ninguém.

Mas, é claro, ele não tinha a menor intenção de deixá-la no meio do caminho. Uma vez dentro do carro dele, era como embarcar numa viagem sem volta, não havia como saltar no meio do percurso.

Justo quando Eduardo planejava uma manobra para mudar de faixa, ouviu-se o toque insistente de uma buzina na saída do estacionamento. Logo em seguida, os motoristas atrás começaram a apertar as suas também.