Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 756

Beatriz pensou: “Isso foi claramente fofoca.”

Mas até entendia. Afinal, os envolvidos eram Eduardo e Daniel, homens que estavam longe de ser pessoas comuns.

Se fosse apenas um funcionário qualquer, Murilo provavelmente nem teria tocado no assunto.

Ela já se preparava para sair quando Murilo, pensativo, acrescentou:

— Não precisa viver assombrada por um trauma, como quem já se queimou e depois tem medo até da brasa apagada. Homem é o que não falta por aí, muito mais fácil de encontrar do que qualquer raridade. Ainda mais no seu caso, que tem tantas qualidades. Veja só: até o Sr. Eduardo e o Sr. Daniel parecem encantados por você. Acredite no seu próprio charme.

Beatriz quase suava frio ao ouvir isso.

— Não vou nem falar em lhe apresentar alguém. Se o Sr. Eduardo, daquele nível, não chama sua atenção, alguém que eu apresentasse seria ainda menos do seu interesse. Mas, de todo modo, espero que você consiga reencontrar a felicidade. — Concluiu Murilo.

Beatriz curvou-se levemente em agradecimento, dizendo que iria esperar o tempo certo e, quando houvesse alguém adequado, pensaria no assunto.

Assim conseguiu encerrar a conversa, soltando um suspiro de alívio.

O chefe não tinha sido mal-intencionado e, provavelmente, depois de ter falado o que queria, não voltaria a fofocar sobre sua vida pessoal.

Por conta dessa conversa, já tinham se passado oito minutos.

Enquanto caminhava em direção ao restaurante mencionado por Priscila, Beatriz abriu o mapa no celular para confirmar o caminho.

Ao chegar, deu uma olhada pelo salão e logo a encontrou, sentada em uma mesa junto à janela.

— Desculpe o atraso, fiz você esperar. — Disse Beatriz antes de se sentar.

Priscila pousou a xícara de café, olhou-a com gentileza e sorriu:

— Você veio rápido, não esperei muito. Vamos pedir primeiro? Veja o que gostaria de comer.

O garçom entregou o cardápio, e Beatriz, educadamente, passou uma das cópias para Priscila antes de escolher um prato de preço intermediário.

E havia algo ainda mais intrigante:

Ela pedira para não contar nada a Letícia. Afinal, se fosse só um gesto simbólico de afeto, por que tanto segredo?

Beatriz continuava lúcida. Olhava para a senhora elegante à sua frente com serenidade.

Desde o início, o sorriso nunca deixara o rosto da mulher. Transmitia uma imagem de doçura, paciência e proximidade, como se fosse alguém simples, pé no chão.

Mas Beatriz sabia: aquilo não passava de uma máscara habitual de Priscila, um rosto que ela mostrava ao mundo.

— Agradeço o carinho, fico feliz com sua proposta. Mas posso perguntar o motivo? — Devolveu Beatriz.

— O motivo eu já disse. Minha filha Letícia gosta de você, eu também gosto. Então, por que não torná-la minha filha de coração? — Respondeu Priscila, ainda sorridente.

Beatriz balançou a cabeça, decidindo ir direto ao ponto.