Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 790

— Eu entendo... — Murmurou Gabriel.

Em seguida, o encosto da cama foi erguido, e o mordomo colocou a refeição sobre a mesinha.

Gabriel começou a comer. Cada refeição, agora, lhe parecia preciosa. No fundo, acreditava que depois de ontem já não teria mais esse cuidado. Mas, surpreendentemente, Beatriz preparara algo também para hoje.

Ele sabia que isso só acontecia porque estava hospitalizado. Ainda assim, poder saborear aquela comida caseira, mesmo em meio à dor, parecia uma espécie de bênção disfarçada.

Enquanto ele se alimentava, o mordomo comentou com o Sr. Henrique sobre o aniversário da herdeira do Grupo Martins e explicou que Beatriz já havia recebido proteção para a noite.

— Arrume alguém para acompanhá-la de perto. Apesar de ser um evento bem controlado... — O Sr. Henrique interrompeu a frase, apertando os lábios.

Não precisava terminar: se a família Cardoso resolvesse agir dentro do salão, nem mesmo os Martins poderiam contestar. A preocupação era, sobretudo, com Vitória.

O mordomo compreendeu de imediato. Passou as instruções aos seguranças que seguiriam Beatriz e ainda fez contato prévio com a equipe da família Martins, garantindo que ela teria livre acesso.

Vinte minutos depois, diante do Palácio Tangará.

Carros de luxo se alinhavam no estacionamento ao ar livre, e convidados iam e vinham em fluxo constante.

Beatriz desceu do veículo e ergueu os olhos.

As luzes incidiam sobre a fachada suntuosa do hotel, construída no estilo de um castelo europeu, exalando um ar de conto de fadas e romance.

Além disso, faixas de neon enfeitavam toda a área, enquanto fogos de artifício iluminavam o céu, elevando o requinte da noite ao máximo.

Por um instante, Beatriz sentiu-se realmente como se estivesse indo à festa de aniversário de uma princesa. Um leve sorriso surgiu em seus lábios enquanto avançava em direção à entrada.

Um dos seguranças a acompanhava. Graças ao aviso prévio, a passagem ocorreu sem qualquer problema.

Subindo os degraus, Beatriz observou as pessoas ao redor. Todos trajavam roupas elegantes e refinadas, ostentando postura e confiança.

Apesar de ser uma festa de aniversário, Letícia já havia explicado para ela que o evento também funcionava como um grande encontro de negócios.

Beatriz planejava encontrar a aniversariante, cumprimentá-la e logo se retirar. Embora soubesse que não cruzaria com Vitória naquela noite, estar sozinha num ambiente tão grandioso a deixava desconfortável.

Era como se carregasse a própria Via Láctea, um céu estrelado reunido em sua saia.

Beatriz deixou escapar um sorriso sincero. Seus olhos refletiam alegria verdadeira, desejando do fundo do coração que Letícia fosse sempre feliz.

Entre a multidão, Letícia mantinha um sorriso elegante no rosto, agradecendo um a um os cumprimentos. Já sentia o rosto quase endurecer de tanto sorrir.

Até que, de repente, ao levantar o olhar, seus olhos cruzaram com os de Beatriz.

Naquele instante, o sorriso dela se abriu de verdade, iluminado por uma felicidade espontânea.

— Bia! — Exclamou em voz alta, radiante.

Ao lado, Priscila, vestida em traje de gala, ouviu a exclamação e seguiu o olhar da filha. Ao perceber Beatriz a poucos metros, puxou discretamente o braço de Letícia. O sorriso da jovem, então, voltou a se recompor, assumindo a formalidade de antes.

Beatriz se aproximou, inclinou-se levemente em sinal de respeito e cumprimentou:

— Boa noite, senhora Priscila.