Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 878

O Sr. Henrique observava a família Cardoso ao lado e disse:

— Vamos conversar. Imagino que vocês também desejem isso.

Luciano, Lorena e Renato se entreolharam. Por fim, o grupo seguiu até o canto mais afastado do corredor.

Luciano foi o primeiro a falar, mencionando o casamento de Beatriz com Gabriel no passado.

O Sr. Henrique não escondeu nada, tampouco tentou negar. Admitiu diretamente:

— Sim, foi culpa minha. Na época, para separar Gabriel de Vitória, eu forcei Beatriz a se casar com meu neto. Assinamos um acordo pré-nupcial com duração de dois anos, junto com um investimento pessoal de dez milhões na empresa Aurora. A princípio, eu pretendia que todos os dividendos fossem destinados a ela, mas Bia aceitou apenas cinquenta por cento. Ela sempre foi uma boa menina, sem ambição por riqueza ou status. Quando se divorciou de Gabriel, saiu de mãos abanando, sem nada. Mesmo a indenização milionária e as ações da família Pereira, que lhe foram oferecidas depois, ela recusou.

Ao ouvir aquelas palavras, Luciano e Renato permaneceram em silêncio por um instante.

O que o Sr. Henrique dizia era verdade. Os documentos de investigação que eles tinham lido confirmavam exatamente isso. Mas…

Ele era realmente digno de ser o chefe da velha geração da família Pereira: suas palavras vinham sempre carregadas de subtexto. Fazia questão de ressaltar que também havia a vontade de Beatriz envolvida.

Casar-se com Gabriel fora, sim, uma imposição. Mas Beatriz assinara o acordo e aceitara o dinheiro.

No divórcio, ele oferecera uma indenização astronômica. E foi Beatriz quem não quis.

A família Cardoso sempre soubera: em relação às circunstâncias do casamento, eles não tinham vantagem alguma. Não podiam colocar toda a culpa na família Pereira.

— Sr. Henrique, ainda que tenha havido um acordo assinado de livre e espontânea vontade, os abusos e maus-tratos sofridos pela minha filha nos dois anos de casamento são fatos inegáveis. — Disse Luciano, com a expressão séria.

Para ela, aquelas palavras de Gabriel eram puras vazias, mero consolo inútil.

Ele sabia muito bem: sendo o herdeiro direto da família Pereira, como poderiam eles realmente castigá-lo?

O que fariam? Quebrariam também seus ossos? Ou o fariam respirar gás tóxico para que provasse da mesma sensação de morte iminente?

Lorena estava tomada pelo ódio, sufocada pela revolta. Ao lado, Luciano a segurava com força, impedindo que ela se lançasse sobre Gabriel e o espancasse até matá-lo.

— Eu sei… O mal que causei a Beatriz é irreversível. Mas se for para aliviar a raiva de vocês, se for para conseguirem me perdoar, estou disposto a fazer qualquer coisa. — A voz de Gabriel saiu baixa, submissa, carregada de vergonha.

— Qualquer coisa? — O grito de Lorena ecoou, carregado de dor e fúria. — Você fala bonito demais! Causou tanto sofrimento à minha filha, deixou-a à beira da morte… E o que vai fazer? Vai entregar a própria vida em troca?!