Faltam 30 dias para eu ir embora — Sr. Gabriel perdeu o controle romance Capítulo 901

Enquanto, de um lado, todos a procuravam enlouquecidamente, do outro...

Numa rua qualquer da Cidade A.

Uma mulher vestida com roupas comuns caminhava pela calçada. De vez em quando, olhava para os lados, como se quisesse se certificar de que ninguém a seguia. Usava óculos escuros e máscara. O cabelo, agora, estava cortado bem curto.

Com aquela aparência, no meio da multidão, passava completamente despercebida. Mas aquela mulher era a própria Vitória.

Talvez Renato e a polícia jamais pudessem imaginar que ela ainda estivesse dentro da Cidade A. Nenhum deles cogitava que não tivesse fugido para outra província ou até para fora do país.

Era o típico esconder-se bem debaixo da luz.

Naquela noite, depois de pegar um táxi até a rodovia próxima à divisa da província, Vitória descera do carro e, em vez de continuar a fuga, voltara rapidamente para trás.

Ela sabia que a família Cardoso estava empenhada em caçá-la. Sabia também que a polícia a tinha na lista dos mais procurados. Mas queria arriscar.

Não aceitava aquilo. De forma alguma aceitava.

Por que todas as riquezas e a vida de luxo tinham que ser da Beatriz?

As duas tinham saído do mesmo orfanato, mas Beatriz era tola, ingênua... Enquanto ela sempre fora muito mais esperta.

Por que, então, Beatriz tinha homens, tinha família, tinha tudo, e ela, Vitória, não era considerada à altura?

“Não é justo”, pensou, sentindo o fogo da inveja arder descontroladamente em seu peito.

O futuro já estava completamente arruinado, e o que a aguardava era apenas a prisão.

E afinal, do que um foragido tem menos medo? De lutar como um animal encurralado.

Quem já anda descalço não teme pisar no sapato dos outros. Se fosse para descer ao inferno, faria questão de arrastar alguém junto consigo.

Não suportaria padecer sozinha enquanto via Beatriz viver melhor do que ela.

— Descontar tudo bem. Mas a pedra deve ser avaliada separadamente. Esses rubis foram lapidados no exterior. Veja só as três maiores no centro: cada uma tem, no mínimo, mais de dois quilates. — Vitória retrucou de imediato.

— Independentemente da origem, rubis desse tamanho não valem muito, principalmente esses diamantes vermelhos menores ao lado. — O atendente explicou. — Se a senhora quiser vender, só posso pagar pelo peso total do ouro.

Vitória explodiu. Arrancou os óculos escuros e gritou:

— Vocês estão tentando me enganar porque pensam que não entendo nada? Grande loja ou não, acham que podem se aproveitar? Ora, o rubi é muito mais caro que o ouro! Se não pagarem pelo preço de mercado, eu levo a peça para outro lugar.

Estendeu a mão para pegar de volta a pulseira. O funcionário, percebendo que não conseguiria enganá-la facilmente, apressou-se em acrescentar:

— Se a senhora não ficou satisfeita com minha proposta, posso chamar o gerente para conversar.

Vitória suspendeu o gesto de recolher a peça. Enquanto um dos atendentes foi até os fundos, ela esperou.

Nesse momento, duas jovens entraram na loja e se aproximaram. Uma delas, em tom cauteloso, arriscou chamá-la...