Ficar ou correr? romance Capítulo 114

A fábrica foi abandonada e as pessoas que viviam no beco se mudaram. Já que Eduardo ganhara muito dinheiro pelos seus esforços, ele estava prestes a se mudar com a sua família. Um dia antes de se mudarem, Eduardo e sua família foram levados para o hospital devido a uma intoxicação alimentar. Na mesma noite, alguém bombardeou o processador da fábrica abandonada. Como estava desativada, ninguém se importou com o ocorrido. Eduardo e sua família ficaram três dias no hospital, e infelizmente, somente a sua filha sobreviveu. Ela estava viva, mas não estava em condições de seguir em frente.

Era uma cidade pequena, ninguém reagiu à morte daquela família. Mas eu sabia que Eduardo não morrera devido a uma intoxicação alimentar. Marcelo Machado o assassinou injetando veneno no topo do couro cabeludo. E sua esposa morreu do mesmo jeito. Márcia havia sobrevivido porque Marcelo me viu. Naquela época, tinha terminado minhas provas, e fui ao hospital para visitar minha amiga. Eu vi tudo o que ele fez. Ela sobreviveu, mas por muito tempo, ela não conseguia olhar para Marcelo. Eu não estava muito melhor do que ela. Não tinha nem vinte anos naquela época, mas testemunhara a morte de duas pessoas. Após testemunhar suas mortes, tive febre alta por dias, antes de me recuperar.

Márcia e eu não contamos para ninguém. Éramos jovens e ingênuas, nunca pensamos em ir até a polícia. Depois daquele dia, o medo que tínhamos de Marcelo, pairava sobre nós. Vivemos daquele jeito por dois anos. Mais tarde, vovó foi diagnosticada com câncer. Para juntar dinheiro para o tratamento, vendi nossa casa e trouxe para Augusta. A partir daquele dia, fiquei ao lado dela durante seu tratamento, enquanto eu estudava. Márcia não foi para a faculdade. Ela não tinha amigos ou família, então veio para Augusta para trabalhar. O desaparecimento de Marcelo estava relacionado com os que aconteceram em Nova Itália. Ouvi rumores sobre um investidor que tinha vindo buscar seu neto. Depois disso, não tive mais notícias dele.

Márcia e eu continuamos a morar em Augusta, onde eu trabalhava e estudada. Frequentemente tirava um tempo para visitar minha avó no hospital. Depois de quase três anos de quimioterapia, sua saúde começou a deteriorar e o dinheiro da venda da casa da família estava acabando lentamente. Era difícil estudar e trabalhar ao mesmo tempo, e comecei a pensar em abandonar a escola. Quando desabafei com minha avó, ela ficou furiosa, e foi quando ela procurou por Jorge. Ela me contou que o conhecia há anos. E se ele pudesse cuidar de mim depois que ela morresse, ela ficaria em paz.

Em menos de um ano, ela pôs um fim na quimioterapia. Ela se recusou a se submeter mais ao tratamento. Logo, ela se foi. Quando me formei na faculdade, Jorge pediu que eu me casasse com Pedro. Mais de vinte anos da minha vida, resumidos em algumas palavras. Na minha memória, Marcelo não passava de uma lembrança ruim. Eu o odiava e o temia. Eu desprezava aquele homem, e não queria ficar perto dele. Tentei passar por ele, mas ele me abraçou por trás.

"Letti, agora que voltei, eu não vou mais embora."

Tentei me libertar de seu abraço, mas não era páreo para a sua força. Por isso, franzi a testa e disse: "Marcelo, não quero ver você. Você devia saber disso desde o momento em que apareceu.”

"Está tudo bem. Podemos ir devagar.” Enquanto falava, virou-me e olhou-me nos olhos. "Posso dar o que você quiser.”

"Pode trazer os pais da Márcia de volta?" , perguntei. "Já se passaram tantos anos. Se você nunca tivesse parecido, teria me esquecido disso para sempre. Mas a sua presença, traz tudo de volta. Não posso garantir que posso manter isso em segredo.”

Ele riu, sua gargalhada fria como sempre. "Você acha que pode fazer alguma coisa se for a polícia agora? Eles foram cremados. O que acha que a polícia pode descobrir? Além disso, você acha mesmo que a Márcia pode viver o resto da sua vida em paz? Ela escapou de mim daquela vez, mas isso não significa que vou deixá-la em paz.”

"Você já matou os pais dela!” Gritei alterada. "Marcelo, você sabe que eles não tinham culpa. Não sente um pouco de remorso depois de todos esses anos?”

"Remorso?”, ele desdenhou. "Eles mereceram."

Em seguida, ele se aproximou de mim, com um sorriso torto no rosto. "Minha família foi destruída, então por que eles deveriam ter uma vida boa?”

Abaixei a cabeça enquanto cerrava os punhos com raiva. Por um momento, esqueci o quanto ele era rancoroso. Ele se recusava a ouvir, ele tinha enlouquecido. Contendo minha aflição, tentei afastá-lo. Entretanto, ele era um homem, e eu era uma mulher, ele não cedeu um centímetro. Bem no momento em que estávamos num impasse, ouvi um barulho alto de um carro freando. Antes que eu pudesse me virar para olhar, ouvi um gemido. Marcelo, que estava me segurando, me soltou e eu caí nos braços de alguém.

Virando a cabeça, vi Pedro. Ao vê-lo, franzi as sobrancelhas. Não devia estar no hospital? Por que está ele aqui?

Marcelo bufou. Pedro havia batido nele, e tinha sangue no canto da sua boca. Quando recuperou o equilíbrio, ele limpou o sangue da boca. Então, ele zombou de Pedro.

"De novo?", Pedro disse friamente, enquanto me soltava. Eles tinham a mesma altura, e eram igualmente fortes. Se eles realmente começassem a brigar, nenhum deles teria vantagem.

"Quando você o conheceu?” João, que estava com Pedro, veio até mim enquanto olhava para Marcelo. Ele mal expressava suas emoções, então não sabia o que ele estava pensando naquele momento.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Ficar ou correr?