Ficar ou correr? romance Capítulo 125

"Você sabe onde a Sra. Antunes está?" Eu não confiava em Rebeca, então tinha que confirmar com outra pessoa.

“Ela estava levando Rebeca para Nova Itália com Fábio. Ah, eu acho que seu marido também foi com eles." Ele, provavelmente, ficava acordado até tarde, pois não parecia cansado. Podia até ouvir o bater fraco de seu teclado ao fundo.

"Eles falaram com você quando chegaram a Nova Itália?”, perguntei, sem muita paciência.

"Não, por que eles fariam isso? Eu sou um ninguém!”, ele levantou um pouco a voz.

"Estou falando da sua mãe, Carmen. Ela mandou uma mensagem dizendo que todos eles chegaram em segurança?" Não conhecia muitas pessoas neste círculo, então Heitor era a única pessoa a quem eu poderia perguntar. Ouvi um barulho alto quando ele bateu o punho no teclado.

“Ela nunca fala comigo sobre nada há mais de vinte anos. Ela não me conta coisas pequenas como essas! Enfim, por que está me ligando tão tarde? Há algo que você queira me perguntar?"

“Recebi a notícia de que o avião em que eles estavam se envolveu em um acidente. Você poderia me ajudar a checar essa informação?" Ele era a única pessoa em quem eu podia confiar para saber mais sobre o que aconteceu.

"Claro, eu vou verificar!", ele disse depois de uma breve pausa e desligou o telefone, deixando-me esperar por uma resposta. Sentindo-me sozinha sem Pedro por perto, desci as escadas e acendi todas as luzes da mansão. Até assisti liguei a televisão no canal de notícias na esperança de ouvir algo sobre o acidente, mas não houve relatos sobre isso. Heitor me ligou de volta cerca de quinze minutos depois.

“Eu comprei passagens para nós para o voo mais próximo. Parte às sete. Você vem?"

Estremeci um pouco ao ouvir isso. "Sim!" Minha voz estava fraca e tinha dificuldade para respirar. Tinha uma tonelada de perguntas passando pela minha cabeça, mas todas elas acabaram presas na minha garganta.

"As coisas ficaram um pouco turbulentas quando o avião fez um pouso de emergência no aeroporto, mas acho que eles ficarão bem", disse ele após uma longa pausa.

"Tudo bem. Vejo você amanhã de manhã.”

Não consegui voltar a dormir depois de desligar o telefone, então me sentei na sala de estar com os abraçando meus joelhos. As quatro horas que se seguiram foram infernais, quando me sentei na sala da mansão enorme e vazia, esperando o tempo passar. Acho que uma casa menor teria sido melhor...

Ao amanhecer, arrumei minhas coisas e saí de casa o mais rápido que pude. Heitor já estava no aeroporto com as passagens na mão quando cheguei. O aeroporto não estava tão lotado naquele horário. Heitor olhou para o relógio quando me viu e disse:

“Ainda temos meia hora. Acho que devemos passar pela segurança agora.”

"Você não dormiu nada, não é?", perguntei quando vi como ele estava pálido.

"Poderia dizer o mesmo de você.", ele disse erguendo uma sobrancelha para mim. Fiquei quieta, simplesmente acenando com a cabeça em resposta.

A fila na segurança não era longa, e logo chegou a nossa vez. Entreguei minha passagem e carteira de identidade ao oficial de segurança, que me olhou de um jeito estranho ao ver meu nome. "Scarlett Machado?"

Vi que Heitor já havia sido liberado pela segurança e insisti com o agente: “Sim, isso mesmo. Você poderia por favor se apressar um pouco? Estamos com um pouco de pressa."

"Desculpe, mas precisaremos que você coopere com a investigação", ele respondeu. Antes que eu entendesse o que estava acontecendo, dois agentes vieram até mim e começaram a me arrastar para longe.

"O que está acontecendo aqui, oficial?" Heitor correu, se colocando na frente deles.

“Somos do Departamento de Indústria e Comércio. Recebemos denúncias de que a Corporação Carvalho estava envolvida no mercado clandestino, então estamos pedindo que a Sra. Machado venha conosco para ajudar na investigação.”

Eu não fazia ideia do que eles estavam falando. Heitor agarrou um deles pelo braço e disse:

"Por que vocês estão prendendo-a? Ela é uma empregada comum! Na verdade, você deveria estar prendendo a pessoa encarregada da Corporação Carvalho!”

“Senhor, por favor, não atrapalhe nosso trabalho. A Sra. Machado é uma funcionária da empresa em questão, bem como a esposa do responsável. A maioria dos documentos da empresa foram assinados por ela, então ela tem uma conexão direta com este caso. Você pode consultar um advogado se tiver mais alguma dúvida.”

“Não se preocupe, vou cuidar de tudo em Nova Itália. Decidiremos como proceder então!" Heitor, falou.

Isso é péssimo...Com Pedro e eu ausentes durante essa crise, não tenho certeza se Armando e João podem lidar com isso sozinhos...

Os policiais me levaram para uma sala de interrogatório onde me fizeram sentar em frente a uma mulher de meia idade. "Minhas desculpas por trazê-la até aqui desse jeito, Sra. Machado. Como sua empresa está envolvida em algumas questões legais, precisarei gravar minha próxima conversa com você. Espero que você coopere comigo nesta investigação.” Assenti, tendo finalmente me acalmado do choque e do medo.

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