Ficar ou correr? romance Capítulo 1263

“Marcelo, não seja dramático. Posso contar nos dedos as vezes em que saí de casa, e ainda assim me meti em confusão. Se for para acontecer, vai acontecer. Não posso ficar me escondendo para sempre ou ser um fardo para nossa família. Tenho certeza de que eles tiraram o sequestro da lista de objetivos depois do último incidente. Também preciso fazer minha parte. Não posso simplesmente ficar em casa sozinha, inventando cenários na minha cabeça.”

Sabia que soava ríspida, mas não estava brava com eles. Só queria me motivar.

“Já pensei sobre isso. Como o Grupo Ouropel está tão íntimo dos Zanettes e dos Trivettis, preciso manter meu emprego lá”, usei meu tom mais sério para comunicar minhas intenções.

Arrastar-me para seus negócios corrompidos pode não ser tão fácil quanto o Grupo Ouropel pensou. Eu estava determinada a fazer com que se sentissem como se tivessem atraído um lobo para a toca do coelho.

“Fico feliz que queira nos ajudar. Mas, ao mesmo tempo, não quero que entre na boca do lobo”, alertou Marcelo.

“Marcelo está certo. Como eles sabem quem você é, vão ficar mais atentos. Além disso, você não está feliz lá. Por que não se transfere para outro escritório de advocacia? Assim, ainda pode se tornar uma advogada impressionante”, Luiz completou.

Abri a boca para retrucar, mas antes que pudesse dizer algo, tive uma tosse forte e seca. Minha garganta e olhos começaram a arder dolorosamente.

O que começou como uma tosse leve logo se tornou incontrolável. Quando Marcelo percebeu que algo estava errado, um gosto metálico e salgado subiu pela minha garganta. Cuspi um pouco de sangue no chão e a última coisa que ouvi foi Marcelo me chamando.

“Letti!”

“Seu filho da…! Não disse que não era fatal? Por que mentiu para nós? Vou matar você!”

“Marcelo, calma! Estamos na residência dos Machados. Se você realmente machucá-lo, vai arrastar o tio Luiz para esse rolo.”

Quando recuperei a consciência, ouvi Marcelo e Eduarda discutindo alto. Lentamente, abri os olhos e vi o rosto de Pedro. Ele me observava com preocupação.

“O que aconteceu?”, minha voz saiu rouca.

“Letti?”, Marcelo afastou o médico idoso que estava sendo ameaçado, apressando-se para ficar ao meu lado. Olhei seus olhos vermelhos. “Você está acordada! Graças a Deus, você está acordada.”

Pedro me trouxe um copo de água morna e foi me incentivando a tomar pequenos goles. Ele se sentou depois, sem dizer nada, e começou a descascar uma maçã. Eu assisti a longa tira de casca, hipnotizada pela perfeição.Ele sempre faz tudo perfeitamente, até as pequenas coisas.

“Prometemos que não mentiríamos um para o outro. Preciso saber a verdade. Não quero descobrir isso com outras pessoas.”

Ele parou no meio do descascar. Alguns segundos depois, continuou com a faca, retirando a casca totalmente. Só então levantou a cabeça para me olhar. Passando a maçã para mim, disse:

Quando estávamos em Rotterdam, aqueles homens sabiam que não podiam ofender o Marcelo, então mentiram sobre a letalidade do veneno. Fingiram que poderia ser curado com medicação para ganharem tempo e fugir. Na verdade, a medicação só consegue inibir temporariamente os efeitos do veneno no seu corpo. Não consegue erradicá-lo.”

A maçã na minha mão de repente pesou uma tonelada. fiquei sem saber o que fazer.

Embora eu ainda estivesse meio zonza antes de abrir os olhos, consegui ouvir claramente a palavra “fatal” saindo da boca de Marcelo.

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