Ficar ou correr? romance Capítulo 1300

“O que você pretende fazer? Não assuste o professor. Já pedi para a Eliana dar uma olhada, e o Sr. Crestani não é uma pessoa ruim. Não é fácil para a Suelen se abrir com alguém. Melhor não estragar tudo”, reclamei.

“Tudo bem, sei o que fazer”, disse Marcelo, acenando com a mão de maneira displicente. Ele mudou imediatamente de assunto. “Vamos falar sobre o seu negócio. Faz um tempão que não pede nada. O que você tem para mim desta vez?”

“Eu sabia que não conseguiria esconder de você”, dei de ombros e ergui minha taça para fazer um brinde. “Me ensine como fazer negócios!”

“Negócios? Que tipo de negócio? Você não é a chefe de um escritório de advocacia agora? Além disso, também é dona da Corporação Carvalho. O que mais eu poderia te ensinar?”, provocou Marcelo. Seus olhos astutos me observavam de perto, como se tentassem enxergar até minha alma.

Apertei os lábios e coloquei a taça de volta na mesa. Respondi com uma risada:

“

Já que fui eu quem trouxe isso à tona, não é um negócio pequeno. Vai me ajudar, né?”

Marcelo suspirou longamente.

“

Você está sem dinheiro ultimamente?”, ele perguntou, incrédulo.

“Sim! Isso mesmo!”, afirmei com firmeza.

Para colocar as coisas em perspectiva, contratar um mercenário do calibre da Milena era muito mais caro do que contratar um gerente de alto nível na corporação do Pedro. Além disso, contratei uma pequena equipe de seguranças para proteger Suelen. Isso também representava uma grande despesa para mim.

No entanto, meu objetivo principal ao colaborar com Marcelo não era ganhar dinheiro. Na verdade, eu precisava da rede de contatos de Marcelo para ter uma chance de me aproximar dos Trivetti.

A incredulidade de Marcelo aumentou depois do que eu disse. Ele me olhou como se eu fosse uma criatura pré-histórica. Pela expressão de descrença dele, dava até para ouvir o pensamento dele sem ele dizer uma palavra: Você está brincando comigo?

Para ser justa, eu era a segunda maior acionista da Corporação Carvalho, filha da família Machado, e tinha o apoio financeiro da Carmen e do Fábio Leão. Se alguém como eu estivesse sem dinheiro, então o resto da população estaria falida.

Após ser observada por um tempo, desviei o olhar, sentindo-me culpada.

“

Certo, vou te contar a verdade. O Pitcoin chegou até o Pedro e preciso ver o responsável por tudo isso.”

“Você quer se aproximar do Hélder Trivetti?”, perguntou Marcelo. Sua expressão mudou repentinamente, ficando séria, e ele me rejeitou na hora. “De jeito nenhum.”

O sorriso no meu rosto paralisou:

“

Por quê?”

Ela estava no meio da escada, quando parou. Seus olhos distantes se levantaram e olharam para nós com arrogância.

“O que está acontecendo?”, perguntou Marcelo, ansioso. “Essa não é a secretária que você contratou recentemente? Quando ela entrou?”

“Isso mesmo, eu contratei a Milena. Mas a principal função dela não é de secretária. Ela é minha segurança”, expliquei.

Marcelo me olhou com desconfiança. Eu podia vê-lo analisando a credibilidade do que eu disse.

Para tranquilizá-lo, continuei:

“

A segurança na residência dos Machados é rigorosa, mas a Milena conseguiu chegar até nós sem que ninguém a percebesse. Pode acreditar que ela é totalmente capaz de me manter segura.”

Marcelo não respondeu, o que provavelmente indicava que ele estava convencido.

“Você quer comer conosco?”, perguntei à Milena.

“Tem mais alguma coisa?”, a expressão de Milena estava fria como gelo. Ela ignorou completamente minha pergunta.

“Não”, respondi, senti-me culpada por chamá-la apenas para provar sua capacidade para o Marcelo. “Está meio frio lá fora. Por que não come alguma coisa para se esquentar?”