Ficar ou correr? romance Capítulo 154

Com certeza ele deve ter ficado triste quando ela perdeu o bebê, não é?

Ele franziu o cenho. "Este assunto já está no passado!"

"Eu sei. Só estou perguntando." Assenti, mas não consegui ficar em silêncio. As palavras saíam da minha boca em um murmúrio: "Só estou me perguntando se eu tivesse um aborto espontâneo, você ficaria triste?"

"Scarlett!" Ele ergueu a voz. Meu braço estava começando a doer, por conta da força que ele me apertava. O olhar em seu rosto era sombrio. "Com quem você se encontrou hoje?"

Minha cabeça latejava. Descansei minha cabeça em seu peito, sem energia para dizer qualquer outra coisa. "Não importa. Como você disse, está tudo no passado.”

A tensão entre nós aumentou, enquanto a temperatura parecia estar abaixo de zero. Eu sabia que ele estava irritado. Mas não fazia mais sentido falar sobre aquilo. Fechei os olhos enquanto me inclinava sobre ele. Nesse momento, seu telefone tocou. Tentei me afastar de seu abraço com o intuito de deixá-lo atender a chamada, mas antes que eu me mexesse, ele me abraçou com mais força, colocando seu braço em volta dos meus ombros. Com o outro braço, ele pegou seu telefone e atendeu.

"O que foi?”, ele respondeu. Ele colocou no viva-voz.

“Pê, recentemente assumi o cargo na empresa da minha mãe em Augusta. Estarei aí amanhã. Você pode me buscar no aeroporto?" A voz de Rebeca ecoou do outro lado do telefone. Eu me aconcheguei e me enterrei em seu abraço.

“Tenho um compromisso no escritório amanhã. Vou mandar Armando buscá-la.", Pedro respondeu categoricamente.

Após uma breve pausa, ela voltou a falar. Com um uma voz decepcionada. "Pedro... Não podemos nem ser amigos mais?"

Pedro respirou fundo e parou por um segundo. Percebi que ele provavelmente estava se sentindo desconfortável. Levantando a cabeça e olhei para ele. Vendo que ele não tinha intenção de responder à pergunta, eu disse ao telefone:

“Ele vai me acompanhar no meu exame amanhã. Espero que você entenda e não coloque meu marido em apuros, Srta. Lopes.

Com o braço em meus ombros, ele me apertou com leveza. Ele soltou um suspiro impotente e acrescentou:

"Envie os detalhes do seu voo para Armando. Ele vai te buscar amanhã." Em seguida, ele desligou e descansou o queixo no meu rosto. Senti minha pele queimar um pouco quando sua barba roçou na minha bochecha, mas ele não deixou que eu me afastasse. "Aquilo foi um jeito de dizer que eu sou só seu?" Ele olhou para o meu rosto estremecido.

"Não posso?"

No momento em que ele relaxou seu abraço, me remexi e me levantei, saindo do quarto.

Assim que adentrei a sala de estar, fui envolvida por um delicioso aroma que emanava da tigela de macarrão sobre a mesa de jantar. Pedro havia preparado a comida, parecia estar delicioso. Enquanto olhava para a comida preparada pelo meu marido, ele se aproximou e me abraçou por trás.

“Eu li um livro dizendo que uma mulher grávida não deve comer nada muito temperado, então eu não usei muitos condimentos. Você não vai experimentar?"

Só conseguia encará-lo sem expressão em resposta. Era como se estivesse num sonho... Um sonho em que Rebeca e eu trocamos de lugar. Pedro nunca foi tão gentil e carinhoso nos últimos dois anos do nosso casamento. Era como se todo o cuidado que ele tinha por Rebeca foi transferido para mim. Aquilo tudo era surreal para mim, e por alguma razão, estava um pouco descontente.

Ele me levou até a mesa e me sentou. O macarrão estava ótimo, mas eu estava sobrecarregada naquele momento. Por isso, não consegui comer mais depois de algumas garfadas. Ao perceber que eu estava desanimada com a comida que ele fez, ele franziu a testa.

Sentei-me sozinha, observando-os desaparecer. Meu peito apertou um pouco. Era normal para o Pedro vir já que Armando estava ocupado, né? Então, por que dói vê-los juntos?

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