Ficar ou correr? romance Capítulo 160

Nós dois tomamos alguns goles antes de eu dizer: “Você deveria construir sua carreira aqui na Cidade de Augusta se tiver a chance. Nós moramos aqui, então você teria pessoas para cuidar de você no futuro.”

Não importa quantas pessoas entrassem e saíssem da vida de uma pessoa, haveria apenas alguns amigos que ficariam ao seu lado. Se ficassem separados por muito tempo, então o vínculo desapareceria para sempre. Ele engoliu em seco o resto do vinho, e era óbvio que ele só estava fazendo isso devido ao seu mau humor.

“Veremos. Estou com inveja da sua amizade com a Márcia. Seja como for, vocês jamais se separariam. Embora vocês não tenham uma família, vocês permanecem leais uma a outra.”

Márcia e eu não éramos só amigas. Éramos a família uma da outra. O vinho que estávamos bebendo era bastante forte, então parei depois de tomar alguns goles. Comecei a me preocupar quando Leonardo tomou uma garrafa inteira.

"Já chega! Este vinho é forte.”

Suas bochechas estavam vermelhas, parecendo estar embriagado. Ele então estendeu a mão para abrir a outra garrafa. No entanto, sua voz ainda estava clara quando ele disse: “Vai ficar tudo bem, desde que eu não me mate. De qualquer maneira, se eu morrer, duvido que haja alguém que se importe!” Em seguida começou a entornar o vinho. Seus olhos estavam vermelhos quando ele falou: "Os seres humanos são ridículos. Eles te insultam e te humilham quando não precisam de você. No entanto, quando você é útil para eles, eles vêm e imploram como um cão patético. Isso não é ridículo?"

Não conseguia entender o que ele dizia e só conseguia ouvir em silêncio, pois não sabia o que dizer. Márcia, entretanto, já havia acordado e disse enquanto estava deitada no sofá:

"Sua família pediu para você voltar?" Suas palavras foram obviamente dirigidas a Leonardo.

Ele estreitou os olhos avermelhados e assentiu. “Eles são todos uma família de monstros gananciosos e implacáveis. Eles causaram a morte da minha mãe e agora querem que eu cure aquele bastardo doente. Que grande piada!”

Ainda não conseguia entender o que ele estava dizendo, então olhei para Márcia em busca de ajuda. "O que está acontecendo?"

Ela tomou um gole de água e levou a mão a testa. "Leonardo é o filho ilegítimo de um rico empresário em Nova Itália. Cinco anos atrás, sua mãe levou até Nova Itália e implorou aos Cardoso para aceitá-lo na família. No entanto, eles se recusaram e os expulsaram. Considerando o que ele acabou de dizer, parece que os Cardoso estão prontos para aceitá-lo agora.”

"Eu... acho que não sei nada sobre isso."

"Claro que não. Você quase enlouqueceu quando descobriu o que aconteceu com sua avó naquela época. Mesmo que ele lhe dissesse, você provavelmente não se lembraria de nada."

Olhei para Leonardo. Seu rosto trazia uma expressão soturna, enquanto se recostava no sofá. Todas as pessoas no mundo estavam lutando suas próprias batalhas. Era algo físico ou mental. Não era muito boa em consolar as pessoas, então fiquei em silêncio ao seu lado. Infelizmente, tínhamos que lutar essas terríveis batalhas sozinhos.

Olhei para o relógio e percebi que já passava da meia-noite. Vendo que Jackson estava bêbado, levantei-me e o ajudei a ir para a cama. Márcia rapidamente se levantou e me ajudou. Então, ela olhou para o relógio e perguntou:

"O Pedro não ligou para você?"

Balancei minha cabeça, discordando. "Meu telefone está sem bateria."

No dia seguinte, tomei café da manhã com Márcia antes de voltar para a mansão. Estabanada como era, só percebi que deixei minha bolsa e telefone no apartamento quando cheguei em casa. Não havia ninguém na sala quando abri a porta. O viciado em trabalho já deve ter ido para a empresa e parece que a Sra. Espíndola também está fora. Depois de trocar meus sapatos, fui até o escritório para ler alguns livros sobre maternidade. No entanto, o forte cheiro de tabaco me sufocou no momento em que abri a porta do escritório. Era dia, mas todas as cortinas do escritório estavam fechadas, deixando o ambiente estranhamente escuro.

Qual é o problema dele?

Franzi a testa e caminhei em direção a ele.

"Não dormiu bem ontem à noite?" Podia sentir o leve cheiro de álcool nele e involuntariamente fechei a cara. "Por que você bebeu?"

Ele ficou em silêncio enquanto seus olhos escuros penetravam minha alma. Então, ele apagou o cigarro e perguntou: "Onde você foi ontem à noite?"

"Para o apart-hotel.", respondi com uma carranca. "Eu lhe disse ontem."

"Hah!" Sua voz era baixa e rouca, e suas palavras extremamente hostis. "O que mais você está escondendo de mim, Scarlett?"

Estava frustrada com o cheiro de tabaco, e minha cabeça estava começando a doer pela forma como ele me encarava.

“O que você não sabe? Tenho apenas essas poucas pessoas na minha vida. Pergunte-me diretamente o que você quer saber. Não precisa falar assim."

"Então, você realmente vai me dizer se eu perguntar?" Talvez fosse porque ele passou a noite em claro, mas seus olhos estavam vermelhos e eu notei a sua barba por fazer.