Ficar ou correr? romance Capítulo 211

Quando liguei de novo, o telefone estava desligado. Algo deve ter acontecido!

Aquelas palavras continuavam passando pela minha cabeça. Não pude deixar de pensar que os verdadeiros alvos de Carmen eram meu filho e eu. Quando o pensamento surgiu em minha mente, gritei:

“Dê a volta! Volte para a mansão!"

Contudo, antes que o guarda-costas dar a volta, fomos atingidos em cheio. Instintivamente, o guarda-costas parou o carro. Felizmente, ele era um profissional treinado. Em menos de dois segundos, ele recuperou os sentidos e percebeu que algo estava errado, então, ligou o carro novamente. Contudo, antes que ele pudesse dar a partida, um carro off-road preto bateu na frente do nosso. Ambos os impactos me atingiram como uma tsunami, uma após a outra, e fiquei apavorada. Comecei a sentir uma dor na parte inferior do meu abdômen. No mesmo instante, me senti fria e suada. Tinha certeza de que estava prestes a dar à luz.

“Não abra a porta! Rápido, chame a polícia!" Eu disse, respirando fundo.

A dor na parte inferior do abdômen ficou mais intensa, e eu entrei em pânico. Se a polícia não conseguisse chegar a tempo, eu e meu filho estaríamos em perigo. Com alguma dificuldade, peguei meu telefone e liguei para Marcelo. O telefone tocou duas vezes antes de ser atendido.

"Letti!"

"Marcelo me ajuda, Avenida do Imperador..." Antes que eu pudesse terminar, um barulho alto me interrompeu.

Crash!

O para-brisas foi quebrado, e alguns homens de preto abriram as portas do carro à força. O guarda-costas tentou me proteger, mas os homens de preto injetaram alguma substância em seu pescoço, e ele desmaiou imediatamente. Eles me arrastaram para fora do carro, ignorando que eu estava grávida, e grosseiramente me enfiaram em outro veículo. Em seguida eles amarraram minhas mãos e pés, amordaçaram minha boca e começaram a ir embora. Não conseguia fazer barulho. De longe, eu os vi derramar gasolina nos três carros, que foram explodidos ao mesmo tempo. Olhei para a cena com descrença. Ainda havia uma pessoa no carro. Como eles simplesmente conseguiam tirar uma vida daquele jeito, sem hesitação?

Horror, descrença e medo, todas essas emoções inundaram minha mente naquele momento. Minha barriga doía e eu suava profusamente. Minhas pernas estavam amarradas com força, e eu podia sentir meu útero rasgando, e o bebê parecia estar saindo. A bainha da minha saia estava encharcada com líquido amniótico uma vez que a água estourou... Lutei desesperadamente para desamarrar minhas pernas, para abrí-las e dar à luz ao bebê. Mas não importava o quanto eu tentasse, não conseguia me soltar. Em vez disso, minhas pernas foram cortadas pelas cordas e começaram a sangrar. Podia sentir o desespero do meu filho enquanto o líquido amniótico era drenado, e podia sentir enquanto ele lutava para respirar. Se ele não estivesse fora do meu ventre antes que o fluido fosse drenado por completo, ele logo sufocaria. Ele morreria por falta de oxigênio, sufocado até a morte. A medida em que esses pensamentos entravam em minha mente, a dor em meu peito se intensificava. Não, não pode ser. Tenho que dar à luz meu filho!

Depois de muita luta, movi a corda um pouco para baixo e consegui separar meus joelhos levemente. Fiz o que pude para abrir minhas pernas. O carro em alta velocidade parou abruptamente e a porta foi aberta. Então dois homens me tiraram do carro. Minha boca estava amordaçada e eu não conseguia falar. Eles me arrastaram até um armazém que havia sido limpo com antecedência e não parecia muito bagunçado.

“Chefe, parece que ela está tendo o bebê? Vamos fazer isso agora?" Um dos homens disse.

"Espere aí!" Outro homem vestido de preto disse: "A chefona disse que contanto que seja depois das oito, não precisamos nos preocupar se ela vive ou morre. A julgar pelo seu estado atual, ela provavelmente não vai lutar por muito tempo.”

Depois que terminaram de falar, um telefone tocou. O homem de preto olhou para o identificador de chamadas, olhou para seu parceiro e disse:

"Chefe, a chefona está ligando!"

"Atende!"

O homem atendeu a chamada e, depois de ouvir o interlocutor, respondeu hesitante:

"Sra. A... isso não será muito cruel?" Como se ouvisse a resposta afirmativa do outro lado, o homem desligou o telefone e olhou para o chefe, dizendo: “A chefona ordenou que amarrássemos as pernas dela com firmeza. Contanto que a criança permaneça dentro de seu útero, quando o líquido amniótico se esgotar, o bebê vai sufocar e morrer.

“Isso não é muito cruel? Parece que essa criança já está pronta.” O outro homem disse, atordoado, ao ouvir as ordens.

“A chefona prometeu dobrar o preço. Só precisamos amarrá-la e deixá-la aqui. Se ela vai viver ou morrer, só Deus sabe!”

Quando os dois terminaram de discutir, eles decidiram amarrar minhas pernas. Continuei balançando a cabeça, implorando para que parassem. A dor na parte inferior do abdômen era como dezenas de milhares de agulhas me perfurando, mas minha boca estava amordaçada e eu só conseguia choramingar. Depois de terminarem seu trabalho, eles foram embora.

Estava sozinha no armazém escuro, e a dor que sentia vinha em ondas uma após a outra. No meu útero, podia sentir a criança lutando para nascer. Tentei repetidamente me libertar, mas a força exercida pelos dois homens ao darem os nós, tornou a tarefa impossível. A dor tornava-se cada vez mais intensa, e eu podia sentir com intensidade cada movimento do bebê, que estava lutando dentro de mim.

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