Ficar ou correr? romance Capítulo 254

"Você ainda não terminou o expediente?" Sua voz parecia calma e sem emoção.

Sem pensar muito sobre a pergunta, apenas grunhi uma resposta. Olhei para o relógio e vi que já eram 18h, o fim do expediente.

“Tenho que fazer hora extra hoje. O que foi?"

Como tinha de ir para Augusta amanhã, precisava me certificar de que tudo estava em ordem. Depois de arrumar os arquivos na minha mesa, anotei algumas coisas que precisava trazer amanhã. Como o telefone estava completamente silencioso, pensei que ele já havia desligado. Quando toquei na tela, mostrou que a chamada ainda estava em andamento. Por isso, não pude deixar de dizer:

"Pode ser que eu chegue tarde...."

Antes que pudesse terminar minha frase, vi um homem alto parado na entrada. Atordoada, perguntei:

“Os funcionários não o impediram de entrar?”

Ele ergueu as sobrancelhas e desligou o telefone. Caminhando em direção à minha mesa, ele disse:

“Seu expediente acabou, então posso vir buscá-la."

Ele tem permissão? Não tenho tanta certeza disso.

Ele olhou para o que eu estava fazendo.

“Você deve comer primeiro antes de continuar a trabalhar"

Como não tinha muitas coisas pendentes, inicialmente planejei terminar tudo antes de voltar para casa. No entanto, parecia desnecessário agora. Guardei minhas coisas e me levantei.

“Vou continuar trabalhando em casa. Vamos!"

Havia muitas pessoas no escritório, então era inevitável que algumas delas o reconhecessem. Era óbvio o que eles estavam pensando. Como era de se esperar, quando Pedro e eu saímos do escritório, havia muitas pessoas na escada olhando para ele e murmurando baixinho.

“Ele não é o presidente da Corporação Carvalho? Eu o vi nas manchetes há alguns meses. Foi quando ele anunciou que a sede da empresa se mudaria para Nova Itália."

"Sim, eu vi também. Ele é muito mais bonito pessoalmente do que na televisão!”

“Ele é um homem tão misterioso e encantador. Mas por que ele está com a Sra. Machado?"

"Ouvi dizer que ele veio buscá-la!"

“Ele não estava noivo de Rebeca há dois meses? Por que ele está junto com a Sra. Machado agora?"

“Quem sabe? Nunca podemos saber que tipo de vida os ricos levam. Além disso, apenas a família Leão ainda insiste no noivado deles. Ele nunca confirmou nada. Acho que a garota da família Leão gosta do Sr. de Carvalho, mas ele não gosta dela.”

Enquanto saíamos do Grupo Vasconcelos, Pedro e eu ouvimos muitas fofocas.

Quando entramos no carro, finalmente pude ouvir o silêncio. Pedro deu a partida. Então, ele olhou para mim e pediu:

"Aperte o cinto de segurança!"

Enquanto ele dirigia, peguei meu telefone e mandei uma mensagem para Marcos, perguntando-lhe quando seria o voo amanhã.

"Os funcionários do escritório te intimidam?"

Fiquei chocada com a pergunta repentina de Pedro. "Não. Qual é o problema?" Balancei minha cabeça, discordando.

Ele franziu os lábios e continuou:

"Você costuma ouvir essas fofocas?"

"Sim", respondi suavemente.

Marcos respondeu à minha mensagem e me enviou o horário do voo. Ele também me lembrou de trazer todos os itens necessários. Quando guardei meu telefone, percebi que ele me olhava com uma cara fechada. Não tive escolha a não ser explicar: “Marcos me nomeou como Diretora de Projetos do Grupo Vasconcelos. Não é uma posição extremamente alta, mas só trabalhei na Corporação Carvalho por alguns anos e até ser demitida. É de se esperar que as pessoas façam intrigas sobre mim."

Quando entrei pela primeira vez na empresa, ouvi com frequência que era amante de Marcos. Para ser honesta, só estava trabalhando lá por causa dele. Tudo o que eu precisava fazer agora era seguir com as minhas obrigações e fazer um bom trabalho. Caso contrário, as pessoas pensariam que fui contratada apenas por ser conhecida do dono.

Sem dizer mais nenhuma palavra, Pedro foi direto para a mansão. Embora ele não tenha tecido mais comentários, um olhar sombrio surgiu em seus olhos. Em vez disso, ele falou sobre Suzana.

"Tia Suzana falou com você sobre outras coisas?"

“Não, ela só falou comigo sobre Rebeca. Ela provavelmente não quer que um membro da família seja abandonado.”

"Você acredita que a criança é minha?", ele zombou com frieza.

"E não é sua?" Ergui as sobrancelhas e questionei de volta.

Ele parou por um tempo antes de me encarar seriamente.

"Vai acreditar em mim se eu disser não?"

"Não há razão para eu duvidar de você.", falei, assentindo.

Momentaneamente atordoado, ele riu e disse aliviado:

“A criança não é minha e eu nunca vou me casar com ela. Quanto ao noivado, nunca fiz parte dessa conversa. A razão pela qual não neguei publicamente e envergonhei Rebeca é apenas por causa do Paulo."

Eu sorri. Franzindo os lábios, olhei pela janela do carro e permaneci em silêncio. Ao me ver sorrindo sem dizer nada, ele pensou que eu ainda não acreditava nele. Ele insistiu:

"Scarlett, eu nunca toquei nela."

Percebendo sua expressão séria, balancei a cabeça e o tranquilizei:

"Eu sei. Você não precisa continuar explicando.”

O carro parou de forma brusca na frente da mansão. Ele agarrou meu braço solenemente e perguntou:

“Você se juntou ao Grupo Vasconcelos e assumiu o projeto de IA porque queria se opor à família Leão usando a família Vasconcelos?”

Confirmei, não querendo negar. "O que há de errado nisso?"

"Por que diabos prefere pedir ajuda ao Marcos ao invés de mim?", ele disse frustrado.

"A criança é só minha?", perguntei, olhando para ele.

Atordoado, ele caiu em um breve silêncio. Ele olhou para mim e disse:

“Com relação ao nosso filho, farei com que Carmen pague por isso. Não se atreva a correr riscos."

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