Ficar ou correr? romance Capítulo 493

Eu acariciei sua mão e sussurrei: “Está tudo bem!”

Do outro lado da ligação, Marcelo ficou momentaneamente surpreso. “Vou mandar alguém buscá-la. Não se preocupe.”

Tentei conter minha raiva, embora sentisse que ele realmente tinha ido longe demais. “Pelo amor de Deus, sua esposa está grávida! O que há de errado com você?”

O que estava passando pela cabeça dele para deixar sua esposa na estrada enquanto levava outra mulher desconhecida para casa?

“Scarlet, eu não tenho intenção de me casar com ela. Ana é apenas uma ferramenta reprodutiva para mim. Você não precisa tratá-la como trataria uma cunhada. Assim que eu encontrar a mulher que quero casar, vou apresentá-la a você. Além disso, não se preocupe, nosso motorista cuidará bem dela. Sei como devo tratá-la também. Agora, quero que descanse bem e não fique pensando demais.”

Marcelo pode não ter falado alto, mas Ana estava sentada perto o suficiente de mim para ouvir cada palavra que ele disse.

A ligação terminou logo após isso, e fiquei sem palavras.

Olhei para Ana, cujo rosto havia perdido toda a cor. Ela claramente estava sofrendo por dentro, mas ainda assim sorriu e me tranquilizou que estava tudo bem.

Consegui ver lágrimas se formando em seus olhos enquanto desviava o olhar do meu e olhava pela janela do carro. Estaria ela tentando esconder sua dor de mim?

Meu coração se compadeceu dela, pois ela me lembrava de mim mesma no passado.

O silêncio preencheu toda a viagem enquanto Pedro a levava de volta à mansão de Marcelo. Assim que chegamos, uma empregada saiu para nos cumprimentar e nos impressionou com seu serviço impecável.

Depois de nos despedirmos, Pedro e eu partimos. Ele percebeu o quanto eu estava quieta e com lágrimas nos olhos, e ficou bastante preocupado. “Em que está pensando?”

Sua voz me trouxe de volta à realidade. Então, recostei-me no banco e me virei para ele. “Você ainda se lembra do dia em que me buscou no hospital há quatro anos?”

Ele franziu os lábios, batendo suavemente no volante enquanto tentava lembrar. “Sim. Eu me lembro.”

Quando não ofereci uma resposta, ele acrescentou: “Por que?”

“Eu tinha acabado de fazer meu ultrassom naquele dia, e o bebê tinha seis semanas. Não esperava que estivesse esperando para me buscar. Quando entrei no carro, fiquei pensando se você mudaria de ideia sobre o divórcio se soubesse que eu estava grávida. Mas, ao mesmo tempo, estava tão conflituada com isso. Se eu usasse o bebê para te prender em nosso casamento, isso teria sido muito irracional da minha parte.”

Depois de uma pausa, continuei: “Espero que Marcelo possa logo descobrir o que seu coração realmente quer.”

Afinal, Ana estava com ele há dez anos. Durante esse tempo, ela nunca sentiu que merecia ser mimada. Cuidava dele mais do que uma mãe faria. Ele teve muitas mulheres entrando e saindo de sua vida, mas nunca a incomodou. Quer ele a amasse ou não, ela sempre conseguia convencer a si mesma a aceitar isso.

Mesmo quando estava machucada, conseguia esconder tão bem em público. Ela suprimiria seu pesar, apenas para lidar com isso quando estivesse completamente sozinha.

Marcelo já estava acostumado com ela por perto. Assim, se um dia ela partisse, ele talvez não conseguisse seguir em frente.

Enquanto isso, o tráfego tinha diminuído um pouco. Vendo isso, Pedro plantou um beijo na minha testa antes de seguir lentamente.

Assim que chegamos em casa, Suelen já estava profundamente dormindo. Verifiquei se ela estava bem depois de lavar o rosto para garantir que estivesse bem coberta.

Quando saí do quarto dela, Pedro também havia acabado de sair do chuveiro. Ele se secou e sentou-se no sofá enquanto olhava para o telefone.