Ficar ou correr? romance Capítulo 514

Ele acrescentou: “Scarlet, somos almas feridas. O destino nos uniu e nossas vidas estão entrelaçadas, e minha vida não é apenas minha, mas compartilhada contigo. Estamos destinados a estar juntos.”

Seu olhar era suave. “Aqui.” Ele apontou para o peito. “Você é a única que já esteve aqui.”

Franzi os lábios e soltei um longo suspiro. Não deveríamos nos deixar envolver pelo passado.

Levantando-me, disse: “Quero ficar sozinha.”

De repente, percebi que não conseguia odiar Carmen. Ela era minha mãe, e suas ações derivavam de Pedro.

Se não fosse Rebeca quem retornou à família Leão, nada disso teria acontecido.

Rebeca, Carmen e Pedro eram todos inocentes.

Todos agiram apenas por preocupação excessiva com seus entes queridos. Foi um infortúnio para todos, então, mesmo que todos tenhamos sido machucados de muitas maneiras, não conseguíamos nos desgostar uns dos outros.

Pedro queria dizer algo, mas o afastei. Não deveríamos remexer no passado ou correr o risco de odiar todos os envolvidos.

Voltei para o quarto e o tranquei do lado de fora.

Não sabia onde desabafar minha frustração. No final, só podia me culpar por criar confusão por nada.

Naquela mesma noite, nevou exatamente como previsto pelo boletim meteorológico.

Sentei-me na varanda e observei a neve a noite toda enquanto meu coração doía silenciosamente.

Eu sabia que deveria seguir em frente, mas o passado ainda me assombraria quando ninguém estivesse por perto.

Era meia-noite quando meu telefone começou a tocar incessantemente. Eu tinha cochilado na varanda. Percebi que era o Júlio.

Por que ele está me ligando à meia-noite?

Atendi sua ligação. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele falou apressadamente: “Sra. Carvalho, o Sr. Carvalho está no pátio da Residência Leão. Você pode vir convencê-lo a sair?”

Huh? Por que Pedro está na Residência Leão?

Depois de uma pausa, perguntei: “O que aconteceu?”

Ele hesitou, aparentemente perplexo. “O Sr. Carvalho quer se redimir por seus pecados e veio à Residência Leão. Ele está aqui há algumas horas. Está nevando muito, então estou preocupado com a saúde dele.”

Meu nariz começou a pinicar desconfortavelmente, pois não sabia o que dizer. Algumas memórias eram melhor deixadas intocadas para não causar danos a outras pessoas.

“Okay, eu vou para lá!”, prometi.