Ficar ou correr? romance Capítulo 550

Ele pareceu um pouco chocado no início, mas rapidamente recuperou a compostura e sorriu educadamente para mim enquanto perguntava: “Bom dia, senhora. O que deseja pedir?”

Balancei a cabeça e sorri de volta para ele. “Apenas um copo de água por enquanto. Vou pedir a comida quando minha amiga chegar.”

O garçom retornou momentos depois e me entregou um copo de água. “Aqui está, senhora. É só me avisar se precisar de algo mais.”

Com um aceno, agradeci em resposta.

Ele começou a cochichar com seus colegas ao retornar ao caixa, e notei que ocasionalmente olhavam na minha direção. Humm... Então estão falando sobre mim...

Franzi os lábios e dei um gole na água enquanto olhava pela janela. Desde que Pedro foi duro com a Corporação Vasconcelos, todos estavam focados nos preços das ações que poderiam cair a qualquer momento.

Eu sabia disso muito bem, mas não podia fazer muito já que Marcos estava consumido pelo ódio e ressentimento que haviam sido amplificados pelo incidente traumático anos atrás. Embora esperasse que ele aprendesse a deixar o passado para trás, não tinha o direito de dizer nada sobre isso.

Não há como saber quem está certo ou errado na vida. Não importa se os sentimentos de Rebeca por Pedro são de obsessão ou amor verdadeiro, porque não há mais volta. Devoção e lealdade inabaláveis não funcionam com todos. Com certas pessoas, é melhor apenas deixar pra lá...

Fui tirada de meus pensamentos quando percebi que tinha terminado a água. Em seguida, olhei para o celular e vi que já era meio-dia, mas ainda não havia sinal de Ana.

Justo quando estava prestes a guardar o celular, o telefone de Ana tocou de repente.

Ela se desculpou profusamente assim que atendi: “Desculpe, Scarlet! O bebê está com febre, e estou no hospital agora. Receio que não poderei ir fazer compras com você hoje. Te convido para algo na próxima vez, tudo bem?”

Concordei. “Tudo bem. Não se preocupe.”

Depois de desligar o telefone, olhei para o copo vazio sobre a mesa e decidi pedir comida agora que já estava lá.

Meu telefone começou a tocar novamente durante a refeição. Era um número desconhecido de Nova Itália.

Atendi educadamente e perguntei: “Alô, posso saber quem é?”

“E aí, Letti! Sou eu!” A voz alta e rouca de um homem de meia-idade soou do outro lado da linha.

Reconheci imediatamente como a voz de Fábio.

“Oh, olá!”

Fábio parecia estar escolhendo as palavras certas para dizer, pois houve um momento de silêncio antes dele continuar: “Você está ocupada? Amanhã é véspera de Ano Novo. Sua mãe e eu estamos planejando visitar você e Suelen para fazermos a contagem regressiva juntos!”

Quando éramos mais jovens, Márcia e eu costumávamos jurar que nunca nos casaríamos e que ambas trabalharíamos duro para comprar uma casa própria onde poderíamos viver felizes para sempre. Bem, suponho que todos mudamos à medida que crescemos... Quando se atinge uma certa idade, ter uma família é tudo o que importa.