Ficar ou correr? romance Capítulo 69

Tanto ele quanto o seu veículo eram extravagantes. No momento em que paramos, as garotas olharam e soltaram risinhos, enquanto os rapazes tiravam fotos do carro com uma inveja visível.

"Brega!" Comentei e desci do carro. Olhando em volta, perguntei: "O que você quer comer?"

Ele respondeu com um sorriso malicioso: "Você decide."

Depois de examinar os restaurantes disponíveis, entrei num bistrô francês sem pensar duas vezes. Heitor me seguia de perto e brincou: "Scarlett, você é do tipo romântica."

Não me dei ao trabalho de responder. Escolhera o bistrô porque não queria ser observada.

Dentro do restaurante, o garçom nos cumprimentou: "Mesa para dois?" Temos uma oferta especial para casais. Gostariam de pedir?"

"Claro, vamos querer o especial, e uma garrafa de vinho, por favor." Heitor fez o pedido sem pensar muito.

Olhei para o garçom e falei: "Gostaria de um suco de frutas, por favor."

Assim que o ele saiu, Heitor sorriu para mim. "Scarlett, eu esqueci que você não pode beber."

Ele estava fazendo aquilo de propósito! Olhei para meu telefone, no momento em que Pedro me enviou uma mensagem: Cadê você? Que mensagem curta! Não respondi e guardei meu telefone. Heitor olhava para mim, e franzi minhas sobrancelhas. "O que foi?"

"Scarlett, alguém já lhe disse que você se parece com uma celebridade?" O garçom estava servindo a nossa comida quando Heitor perguntou.

Agradeci o serviço antes de responder: "Quem?"

Surpreso ao perceber que eu havia prestado atenção à sua pergunta, ele endireitou as costas e respondeu com seriedade. "Angelina Jolie!"

Assenti. “Sim. Costumava ouvir muito isso na universidade."

Meus amigos costumavam dizer aquilo, mas depois de começar a usar óculos, raramente ouvia essas comparações. Uma vez que parecia ser mais artística com os óculos, não me parecia mais com ela.

"Você também se parece com uma outra pessoa que eu conheço", ele disse mantendo o tom sério. Cortava meu bife, pensando no quão entediado ele estava, tentando iniciar uma conversa.

Conversamos brevemente. Durante toda a conversa, ele não comeu nada e entornou o vinho. Depois de esvaziar a garrafa, ele se esparramou sobre a mesa e olhou para mim com uma expressão vazia. Como estava ficando tarde, pedi a conta. Receava dormir mais do que devia se chegasse em casa tarde da noite. Coincidentemente, esbarramos com a mãe do Heitor, Carmen, e Rebeca. Dar de cara com elas não era estranho. Mas fiquei surpresa ao vê-las juntas. Não pensei que elas se conhecessem. Observei-as juntas, de mãos dadas, fazendo compras juntas como mãe e filha, de longe. Depois de pagar a conta, voltei para a mesa. Suas bochechas estavam coradas devido ao álcool.

"Você consegue andar?”, perguntei.

"Não", ele respondeu com petulância.

Suspirando, peguei minha bolsa e o ajudei a sair do bistrô. Ainda há pouco ele entrou de maneira elegante. Agora, ele saía desastradamente. Coloquei-o no banco do passageiro e dei a partida. Como seu carro esportivo era rebaixado, não conseguia dirigir confortavelmente. Estava habituada a dirigir o meu Cadillac. Felizmente, não havia muitos carros na pista. Não me envolvi em nenhum acidente. Queria mandá-lo de volta ao Monjardim. Pedro e eu estivemos lá uma vez, mas ele se recusou a deixar-me levá-lo até lá. Levou algum tempo antes que ele revelasse que estava no Condomínio Palace sozinho. Fiquei surpresa ao descobrir que ele estava na mesma área residencial que a nossa.

"Scarlett, você não se lembra de mim?” A meio caminho de casa, ele murmurou de repente.

Balancei a cabeça. "Nós nos conhecemos?”

Ele soltou uma risada amarga. "Eu sou o único que se lembra da amoreira no quintal da Bianca, das flores na margem do rio e de você com um nariz escorrendo?”