Ficar ou correr? romance Capítulo 831

Mesmo que eles sempre usassem suas ações, e desta vez, suas vidas, para provar que me amavam, ainda me sentia profundamente insegura no fundo. Não sabia se isso se devia à minha baixa autoestima ou se isso acontecia com todas as outras mulheres.

Acabei passando a noite toda cuidando de Marcos. Laila entrou no quarto de tempos em tempos e pediu que eu dormisse um pouco, mas depois de recusar repetidamente sua sugestão, ela decidiu me deixar em paz.

No dia seguinte, a luz do sol da manhã entrou pela janela e iluminou o quarto como se estivesse lhe concedendo uma nova vida. Marcos finalmente acordou e, quando viu que eu estava ilesa, sorriu aliviado. “Ainda bem que você está bem.”

Nesse momento, todas as minhas emoções reprimidas escaparam na forma de lágrimas incontroláveis e comecei a soluçar desesperadamente. Segurei sua mão e tentei falar entre os soluços. “Por favor... nunca mais faça isso! S-Se algo acontecer com você, como vou explicar isso para Camila? Você tem uma esposa e um filho! Não pode fazer uma coisa tão tola de novo!”

Ele sorriu fracamente e acariciou meu cabelo gentilmente enquanto dizia: “Não seja boba, eu não poderia ter impedido meu reflexo instintivo mesmo se tentasse. Além disso, me sinto honrado por poder manter alguém que eu queria proteger a salvo.”

Demorei um tempo para me recompor. Depois, um médico veio examinar Marcos. Fiquei feliz quando o médico me informou que ele se recuperaria completamente com bastante descanso.

Assim que minha sensação de alerta extremo diminuiu, fui tomada por uma nova onda de cansaço. Afinal, fiquei acordada a noite toda e tive muito pouco descanso.

Olhando para meus olhos vermelhos, Laila disse: “Sra. Machado, agora que o Sr. Vasconcelos acordou, você realmente deveria descansar um pouco. Continuarei monitorando a saúde dele. Por favor, pare de se preocupar.”

Assenti, finalmente sentindo um peso enorme ser tirado dos meus ombros. Depois de sair do quarto, fui para o saguão do hospital, pronta para pegar um táxi para casa.

Quando cheguei ao saguão do hospital, um Bentley preto familiar estava estacionado logo na calçada. Júlio abaixou a janela do banco do motorista e disse: “Sra. Carvalho, eu a levarei para casa.”

Fiquei intrigada. Será que ele estava aqui por acaso ou...

Não tinha certeza se Pedro estava no carro e hesitei. Como se lesse minha mente, Júlio acrescentou: “O Sr. Carvalho saiu para resolver algumas coisas de trabalho.”

Esfreguei o nariz constrangida e entrei no carro.

Enquanto Júlio dava a partida, hesitei por um breve momento antes de perguntar: “Você esteve no hospital esse tempo todo?”

Ele inclinou a cabeça na minha direção. “Não só eu. O Sr. Carvalho também esteve aqui. Ele ficou rolando pelo celular a noite toda, de plantão.”

Parei antes de morder os lábios. “Eu...”

“Ele entende sua preocupação com o Sr. Vasconcelos. Mas o fato de você não ter retornado ao seu quarto a noite toda o incomodou. Se eu fosse você, provavelmente ligaria para ele para saber como ele está, nem que fosse por um minuto. Pelo menos mostra que você se importa.”

As palavras de Júlio mais uma vez atingiram diretamente meu ponto fraco como uma adaga.