Ficar ou correr? romance Capítulo 843

No tabuleiro de xadrez, Pedro estava com poucas peças restantes. Olhando para mim, ele perguntou em um tom suave: “Quais são os seus planos para esta tarde?”

“Não tenho planos”, respondi. Em seguida, ataquei o cavalo dele.

Ele não pareceu se importar e se rendeu abertamente.

Eliana se afastou, provavelmente cansada de testemunhar a evidente submissão de Pedro. Enquanto isso, Carmen estava ao lado e repreendeu: “Eu não disse para vocês irem ao aquário no Distrito Norte hoje? A Suelen está falando disso há um tempão.”

“É uma boa ideia. O tempo hoje está bom para um passeio”, Pedro respondeu, com um aceno de cabeça.

Recusei prontamente: “Não posso. Estou ocupada.”

Tanto Carmen quanto Pedro olharam para mim. “Ocupada com o quê?”

Meus olhos continuaram focados no tabuleiro, e só levantei o olhar depois de tomar o rei de Pedro. “Eu não te disse que vou visitar o Tio Luiz hoje? Faz tempo que não vejo a Ana também. Quero ver o bebê dela.”

Carmen ficou momentaneamente surpresa, mas conseguiu esboçar um sorriso. “Mas o Sr. Carvalho está aqui. É uma boa hora para levar a Suelen para se divertir.”

“Ah.” Fiz uma pausa, então retruquei: “Mas já liguei para o meu irmão e combinei de jantar com ele hoje à noite.”

Tentando arduamente consertar as coisas entre Pedro e eu, Carmen propôs: “Bem, isso também é ótimo. Vocês todos podem ir juntos. A Suelen nunca viu o bebê da Ana. Como ela ama bebês, acho que seria uma boa ideia...”

“Deixe a Suelen em casa e brinque com o Xavier. Ele também é um bebê, e ela gosta dele. Pode ser complicado levá-la junto. É melhor se eu for sozinha.” Levantei-me e estava prestes a subir as escadas.

Nesse momento, Suelen desceu correndo as escadas descalça e correu em minha direção. “Mamãe, o Tio Marcelo está ligando!”

Falando no diabo...

Assim que atendi a ligação, a voz dele surgiu no telefone. “Você está de volta a Nova Itália?”

“Vejo que está bem informado”, respondi.

Ele estalou a língua de maneira brincalhona. “Claro. Vamos jantar juntos hoje à noite. Faz tanto tempo que não te vejo. Estou com saudades.”

Assenti em resposta. “Claro. Coincidentemente, estava planejando ver a Ana e o bebê, e depois visitar o Tio Luiz.”

Marcelo ficou em silêncio por um momento antes de esclarecer: “Quero dizer, só nós dois.”

Franzi os lábios, ligeiramente surpresa. “Por quê?”

Quando ele não respondeu, especulei: “Vocês brigaram?”

“Está bem”, respondi, sucintamente.

Ele se sentou na minha cama e continuou a conversa. “Quando planeja voltar para Antares?”

“Depois do Dia da Independência.”

Essa conversa unilateral era desconfortável, mas Pedro parecia imperturbável enquanto continuava falando.

Já de mau humor, levantei-me e fui em direção à porta, mas ele segurou meu braço. “Precisamos continuar brigando assim?”

Olhei para ele com uma expressão severa. “Quando foi que eu briguei com você, Sr. Carvalho?”

Sua expressão ficou ligeiramente fria com isso. “Scarlet, eu quero que possamos sentar e conversar, não ficar de mal e agir de forma irracional.”

Encarei-o e soltei uma risada sem humor. “Você está certo, Sr. Carvalho. Eu sempre fui uma pessoa irracional. Se você não aguenta, não venha aqui. Ninguém te chamou, de qualquer forma.”

Os seres humanos são engraçados. Obviamente, eu poderia ter tido uma conversa civilizada com ele, mas eu simplesmente precisava machucá-lo.

O rosto de Pedro se fechou, e ele assentiu com um sorriso frio. “Tudo bem. Faça do seu jeito, então. Vou parar de te incomodar.”