Ficar ou correr? romance Capítulo 858

Finalmente entendi que o principal objetivo dos repórteres era Pedro, e apenas ele. Quanto aos parentes da vítima, os repórteres provavelmente tirariam algumas fotos e depois competiriam entre si para ver quem escreveria o artigo mais emocionante.

Retirei dinheiro da minha bolsa e disse à recepcionista: “Preciso que encontre alguém para comprar frutas e lanches, quanto mais caros e de melhor qualidade, melhor. Depois, providencie para que sejam entregues a eles. Compre alguns brinquedos e distribua para as crianças aqui também. Seria ótimo se você pudesse começar uma conversa com eles para descobrir por que estão indo a tais extremos, e talvez perguntar se estão agindo sob ordens de alguém. Além disso, chame alguns repórteres mais confiáveis e peça que venham tirar fotos.”

Ela parecia chocada ao receber o dinheiro, acenando com a cabeça de maneira atônita. Para minha surpresa, a jovem trabalhou de forma eficiente, distribuindo garrafas de água e lanches para todos no saguão. Ela também instruiu alguns dos outros seguranças a ajudar com suas tarefas, e eles se misturaram com a multidão e começaram a conversar.

Coincidentemente, era hora do almoço. Os repórteres foram entrando lentamente. No entanto, pareciam ter aprendido com a lição anterior e estavam agindo de forma muito mais reservada do que da última vez.

Depois de um tempo, a recepcionista veio correndo até mim, animada. “Sra. Carvalho, essas pessoas não são parentes da Sasha! Alguém está pagando cem por dia para que eles venham aqui só para causar confusão! Todos eles são apenas aposentados que aproveitaram a oportunidade de ganhar dinheiro, e alguns até trouxeram seus netos para parecer mais realista.”

Minha boca se abriu em choque. Eu tinha pensado que essas pessoas teriam pelo menos alguma relação com Sasha, mas parecia que tudo o que queriam era causar caos e confusão.

Após pensar profundamente por um minuto, a instruí: “Encontre uma maneira de conseguir um áudio dessa confissão e, em seguida, pague-lhes o dobro do valor para que se retirem. Além disso, instrua-os a dizer a terceiros que Sasha cometeu suicídio. Quanto ao resto... Deixe que adicionem quantos detalhes 'picantes' quiserem, desde que não afete negativamente a Corporação Carvalho.”

Ela acenou com a cabeça e foi embora, deixando-me a refletir sobre quem iria a tais extremos para arruinar a reputação da Corporação Carvalho. O que eles querem de nós?

O saguão estava lentamente se esvaziando, e a recepcionista se aproximou para mostrar que havia gravado um vídeo. “Pedi para todos saírem, Sra. Carvalho. Os únicos que restam são os verdadeiros pais da Sasha.”

Ela balançou a cabeça em admiração e continuou: “Você fez todos se acalmarem e fez com que os repórteres viessem até aqui em vão. Você até ajudou a promover nossa empresa! Você é incrível!”

Sorri levemente, meu olhar pousando na filha de Sasha pelo canto do olho. A pequena parecia um pouco abatida e, por alguma razão, eu tinha a sensação de que ela não era uma criança comum.

Voltei-me para a recepcionista. “Obrigado por tudo o que você fez hoje. Me dê seu número para que você possa me enviar o arquivo do vídeo. Aliás, qual é o seu nome?”

As bochechas dela coraram com meu pedido antes de trocar timidamente os números comigo. “Meu nome é Stella Campos, Sra. Carvalho. Você pode me chamar de Stella! Estou feliz por ter ajudado.”

Ninguém entendia a condição da criança. Ela havia ficado ali o dia todo, e eu apenas havia instruído a distribuição de lanches para ela e sua família. Se algo acontecesse com ela, as pessoas encontrariam uma maneira de culpar a Corporação Carvalho.

Claramente, os outros funcionários também estavam pensando o mesmo que eu. Stella estava ainda mais agitada, já que foi ela quem comprou pessoalmente os lanches e os distribuiu.

Ela estava quase em lágrimas enquanto me olhava. “O que devemos fazer, Sra. Carvalho?”

Respirei fundo, forçando-me a manter a calma e pensar racionalmente. “Olá, Sr. Brito, Sra. Brito”, cumprimentei-os. “Sou a esposa de Pedro Carvalho. Se vocês confiarem em mim, poderiam me ouvir?”

O casal idoso estava congelado em choque devido à neta. Quando olharam para mim, parecia que seus olhos se acenderam com esperança. Agarrando meu braço, a mãe de Sasha implorou: “Madame, por favor, ajude-a! Estou implorando, por favor, ajude!”

Assenti, tentando suavizar meu tom para tranquilizá-la. “Por favor, ouçam com atenção. O mais importante agora é salvar a vida dessa criança. Vamos chamar uma ambulância para levá-la ao hospital, mas vocês devem concordar em resolver tudo o que for necessário somente depois de confirmarmos que a criança não está mais em perigo.”