Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 101

Sair daqui não é tão fácil assim.

"Jorge..."

No meio dos soluços lastimosos de Valéria Gomes.

Com um estrondo, a porta se fechou.

Ao mesmo tempo, levantei o olhar, encarando friamente o furioso Jorge Martins, sem mostrar um pingo de medo diante de sua raiva. Com um sorriso irônico, contra-ataquei: "Por que eu não ousaria?"

"Srta. Leite, o Sr. Martins acabou de tirá-la do problema de incitação ao assassinato ontem à noite, então não vá..."

Heitor viu a tensão entre os dois aumentar cada vez mais.

Deu um passo à frente, tentando apaziguar a situação em voz baixa.

Nas entrelinhas, ele estava tentando mostrar a Naiara Leite o esforço que Jorge fez na noite anterior.

Ele a protegia porque queria o seu bem.

"Quer dizer que eu devo agradecê-lo?"

Naiara lembrou-se de tudo que passou no porão na noite anterior, e seu tom ficou ainda mais sarcástico.

Essa situação não era culpa dela. Ela estava limpa e não precisava de proteção.

Entre Valéria e ela, se Jorge tivesse um mínimo de justiça, poderia lhe dar um pouco de confiança, em vez de assumir que ela era a culpada.

Não haveria necessidade de levá-la à delegacia.

Muito menos usar seu maior medo para puni-la, fazê-la refletir e admitir um erro que não cometeu.

Heitor quis dizer que sim, mas o tom e a expressão de Naiara não demonstravam nenhum verdadeiro agradecimento ao Sr. Martins.

Ficou sem palavras por um momento.

Jorge olhou para Naiara, que não conseguia distinguir o que era bom ou ruim. Essa mulher, mal ele lhe dava um pouco de gentileza, já começava a abusar da situação.

Agora que a avó voltou, ela estava ainda mais indomável.

Acabou de sair e já estava causando problemas para Valéria novamente.

O rosto de Jorge estava terrivelmente sombrio, e sua voz era fria como gelo milenar, "Abre essa porta!"

Essas palavras eram dirigidas aos seguranças.

Os seguranças ficaram alarmados, imediatamente avançaram para proteger Naiara.

Assim que Naiara se estabilizou, viu Jorge com o rosto sério, pronto para chutar a porta, ansioso para libertar sua mulher amada lá de dentro.

Ela pensou em como ele a trancou, sem piedade, por um dia e uma noite, deixando-a sofrer.

Enquanto para Valéria, mal se passaram algumas horas, e ele já estava tão preocupado.

O frio nos olhos de Naiara se intensificou.

Apoiando-se na parede para se equilibrar, ela disse friamente: "Jorge, se você ousar levar Valéria para fora, eu também a trarei de volta. E não será olho por olho, mas em dobro!"

"Comigo aqui, quero ver quem ousa trancar Valéria novamente!"

Jorge lançou um olhar frio para os seguranças atrás de Naiara, sua voz gélida.

A proteção incondicional para Valéria permanecia.

"Eu ouso!"

A voz autoritária da Velha Sra. Martins ecoou na entrada do elevador.