Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 254

Naiara pensou no falecimento precoce de Zélia e não conseguia sufocar a tristeza e raiva que a consumia. Com os olhos vermelhos, ela questionou Jorge com indignação.

"Jorge, Zélia sofreu tanto com essa doença, e eu finalmente consegui um doador de rim. Faltava tão pouco para ela ficar saudável novamente..."

"Mas Valéria, essa mulher malvada, cortou a vida da minha Zélia, eu não deveria deixá-la pagar pela vida da Zélia?"

Jorge não respondeu.

Ele ainda estava em estado de choque.

Um medo avassalador o consumia, temendo que o rim que ajudara Valéria a conseguir fosse realmente o de Zélia.

Mas seu silêncio, naquele momento, significava, aos olhos de Naiara, que ele não acreditava nela.

Naiara apertava as mãos com dor, as unhas cravando-se em sua pele.

Era raro Jorge estar disposto a ouvi-la, então Naiara tentou conter a fúria em seu coração e continuou.

"Jorge, você pode não acreditar em mim, ou na vovó, mas será que você não pode ao menos pensar um pouco?"

"Será que Valéria realmente causou a morte de Zélia? Estou mesmo acusando-a injustamente? Não seria melhor investigar a fundo?"

"Você não investiga, só sabe defendê-la cegamente. Será que sua cabeça não serve para nada?"

Jorge tentou abrir a boca várias vezes.

No entanto, a boca não conseguia se abrir.

Naiara agarrou a gola da camisa de Jorge, olhando para ele com olhos inchados de tanto chorar.

"Jorge, você não se sente culpado por Zélia? Não quer compensá-la? Então investigue!"

"Descubra a verdade, para que Zélia e a vovó possam descansar em paz."

Mesmo após tudo isso, Jorge ainda não havia prometido a ela investigar o caso.

Ela não esperava que ele fosse como a avó Martins, que acreditaria nela sem provas.

Ela apenas queria que Jorge tivesse uma mínima dúvida, o suficiente para investigar.

Ela não tinha recursos suficientes para descobrir algo por conta própria.

Mas, se Jorge se dispusesse a investigar, certamente encontraria pistas.

Com certeza ele poderia descobrir que Valéria havia matado Zélia.

Mas ela não esperava que Jorge se recusasse até a investigar.

De repente, Naiara soltou as mãos.

Seu corpo caiu de volta na cadeira e ela fechou os olhos de dor.

Seu corpo tremia levemente, e lágrimas silenciosas rolavam dos cantos de seus olhos, seu rosto cheio de desespero e tristeza.

Jorge, ao ver Naiara daquela forma, sentiu sua inquietação e medo aumentarem.

Ele não sabia se o rim que Valéria mencionou era realmente o de Zélia.

E não tinha certeza se Valéria sabia disso ou não.

Se era intencional ou se era sem saber.

Seus pensamentos, geralmente claros, estavam agora confusos.

Ele não sabia a verdade e temia que Naiara descobrisse sua investigação.

Temia que a verdade fosse realmente essa e não sabia como lidar com isso.

Mas ele também não fugiu, pegou o celular e enviou uma mensagem para Heitor: "Investigue a origem do rim de Samara."

Ele precisava saber a verdade.

......

Depois de enviar a mensagem, Jorge tira o paletó e o coloca sobre os joelhos de Naiara.

Assim que chegou, foi interceptada por Yasmin Martins e sua filha, Elisa Martins, na entrada.

Elisa havia acabado de voltar do exterior e, ao ver Naiara, imediatamente disparou: "Naiara, saia! Você matou a vovó, e ainda tem a ousadia de aparecer aqui!"

"A morte da avó Martins não tem nada a ver comigo."

Naiara estava profundamente triste.

Ela não queria começar uma briga com a família Martins no funeral da avó Martins.

Ela explicou em uma voz muito suave.

"Nada a ver? Naiara, foi você quem matou a vovó!"

"Você sabia que a vovó estava doente e, mesmo assim, sem nenhuma prova, foi contar a ela que aquela sua filha havia sido morto!"

Os punhos de Naiara se fecharam com força.

Se fosse em outra ocasião, Elisa jamais ousaria falar assim de Zélia sem levar uma resposta à altura.

Mas hoje era o velório da avó Martins.

Ela não queria que a avó Martins não tivesse paz nem depois de falecida.

Naiara apertou a mão e a segurou, passando por Elisa e tentando entrar.

"Você não entende o que estou dizendo? Eu disse para sair! Você não tem o direito de prestar suas homenagens à vovó!"

Elisa viu que Naiara não estava respondendo, sabia o que ela estava levando em conta e levou a melhor.

Puxando seu braço, ela levantou a mão e empurrou com força.

Naiara, debilitada pela tristeza, estava fraca.

Foi empurrada para trás, cambaleando, até cair nos braços firmes de Jorge.

Jorge envolveu a cintura visivelmente mais magra de Naiara com seu braço forte, estabilizando-a, e lançou um olhar gelado para Elisa.