Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 278

"Naiara, por favor... devolve as cinzas da Zélia para mim."

Naiara ajoelhava-se no chão, olhando para cima, com os olhos avermelhados de tanto chorar, suplicando a Valéria a uma certa distância.

As cinzas de Zélia estavam nas mãos de Valéria, e não havia espaço para hesitação.

Contanto que pudesse proteger as cinzas de sua filha, seu orgulho não tinha importância.

Valéria olhava de cima para baixo, com um ar de superioridade, para Naiara, que obedientemente se ajoelhava diante dela.

Em sua mente, surgia a imagem daquela noite recente diante do túmulo da pequena miserável.

Naiara, essa maldita, puxando seus cabelos e forçando-a a se ajoelhar para aquela pestinha, até sua testa se partir e sangrar.

Foi a maior humilhação de sua vida.

Toda vez que Valéria se lembrava daquela cena, desejava acabar com Naiara.

Como essa maldita ousava?!

Agora, com essa maldita em suas mãos, como poderia deixá-la escapar facilmente?

"Naiara, quem pede um favor deve saber como se comportar. É assim que se implora?"

Naiara encontrou o olhar de Valéria, finalmente fixando-se na urna que ela segurava. Seus dedos fincavam-se profundamente no chão.

Por Zélia, ela abaixou a cabeça e se prostrou.

"Eu lhe imploro... por favor, poupe Zélia!"

"Naiara, seu amor por essa pestinha não é tão grande assim, não é?"

Valéria falou com sarcasmo, erguendo a urna, deixando clara sua intenção.

As humilhações que Naiara lhe infligira, Valéria estava determinada a devolver em dobro!

"Valéria, eu lhe imploro... por favor... por favor, poupe Zélia..."

Naiara mordeu os lábios com força, temendo irritar Valéria, com medo de que ela realmente destruísse as cinzas de Zélia.

Sob o olhar ameaçador de Valéria, Naiara se prostrou repetidamente no chão.

Mesmo não sendo um piso de concreto, após dezenas de prostrações fortes, sua testa estava ferida e sangrando.

O sangue escorria pela testa, e ela sentia-se tonta, com seus movimentos ficando cada vez mais lentos.

Provocando os já frágeis nervos de Naiara.

Valéria observava seu crescente descontrole emocional, rindo friamente por dentro.

Sua psicóloga dissera que Naiara não suportava mais estímulos e que era propensa a cometer suicídio.

Naquela noite, ela estava ali para dar a Naiara o golpe final, para mandá-la embora de vez.

A família Martins, sem a Velha Senhora, significava que Jorge não teria mais seu ponto fraco. Assim, ninguém poderia mais influenciar as decisões de Jorge.

Se Naiara, como Zélia, aquela pestinha, morresse, não haveria mais ninguém para impedir que Jorge e ela ficassem juntos.

Jorge cumpriria a promessa da infância e a desposaria.

Ela se casaria com Jorge e teria filhos com ele.

Quanto à pestinha!

O amor de um homem por um filho nunca foi tão profundo quanto o de uma mulher.

Ainda mais considerando que, desde que Zélia nasceu, Jorge nunca realmente cuidou dela por um único dia.