Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 292

Jorge então notou Valéria em sua cadeira de rodas e perguntou nervosamente: "O que o médico disse?"

"O médico disse que eu vou ficar confinada a uma cadeira de rodas pelo resto da vida.

A voz de Valéria estava trêmula.

Ela estava realmente assustada.

Mesmo sabendo que Jorge faria o possível para encontrar outro médico para ajudá-la, ela tinha medo.

E se não houvesse cura?

Será que ela realmente passaria a vida inteira em uma cadeira de rodas?

"Não se preocupe, eu não vou deixar que nada aconteça com você."

Jorge levantou a mão para enxugar as lágrimas do rosto de Valéria, com um tom gentil e suave.

Ele prometera que, enquanto estivesse por perto, cuidaria dela e não permitiria que sofresse.

"Jorge, eu acredito em você, sei que não permitirá que algo de ruim me aconteça."

Valéria sentiu a ternura de Jorge, e seu coração, que havia afundado em desespero, começou a se aquecer novamente.

Ela segurou a mão de Jorge, e Jorge não recuou.

Ela sufocou um soluço: "Jorge, eu sei que Zélia se foi e que não posso compensá-la."

"Mas, nos dias de São Cosme e São Damião, vou orar e fazer oferendas por Zélia, desejando-lhe felicidade na próxima vida."

"Também vou me empenhar em fazer boas ações para acumular méritos por ela. Estarei disposta a fazer qualquer coisa que esteja ao meu alcance por Zélia."

"Será que você não pode compensar a Naiara com você mesmo, eu realmente não posso viver sem você."

"Você disse que se casaria comigo e somente comigo."

Valéria apertou a mão de Jorge contra o rosto, olhando para ele com olhos cheios de lágrimas e súplica.

Desde a noite anterior, a decisão repentina de Jorge deixou Valéria inquieta.

Ela precisava desesperadamente de uma confirmação de Jorge.

Mas Jorge não disse nada.

Seu silêncio fez Valéria entender que Jorge ainda estava tentando compensá-la por estar com Naiara.

Todo o esforço que Valéria havia feito, então, não valia nada?

Valéria estava a ponto de ranger os dentes de tanta frustração.

Jorge ainda estava muito fraco e logo adormeceu novamente, exausto.

O grupo era composto por pais que perderam seus filhos.

Eles discutiam sobre o templo em Cidade L, que acreditavam ser muito eficaz.

Todos haviam acendido velas eternas por seus filhos lá.

O templo também tinha monges que poderiam realizar cerimônias de libertação espiritual para as crianças.

Alguns que morreram em acidentes, cujos corpos não foram encontrados, tiveram velas acesas para eles, e após a cerimônia, apareceram em sonhos dos pais, dizendo que poderiam reencarnar.

Naiara também não acreditava em espíritos.

Mas desde a morte de Zélia.

Porque ela não conseguia aceitar isso e porque devia muito à Zélia.

Por isso, pensou em comprar um túmulo em um local bom.

Quando Valéria jogou sangue de cachorro negro no túmulo, ela ficou tão descontrolada e desesperada.

E agora, com as cinzas de Zélia espalhadas, ela temia que Zélia não tivesse tempo de reencarnar, que pudesse se tornar um espírito errante.

Ela não conseguia parar de pensar no pior.

Ao ver a mensagem no grupo, Naiara agarrou o canudo como se fosse um salva-vidas, como se pudesse fazer algo por Zélia!