Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 304

Sua voz se embargou, sussurrando no ouvido de Jorge, suplicando: "Leve-me para casa, tá bem?"

Aquele tom, como se pudesse se quebrar a qualquer momento.

Jorge lembrou-se de quando ela, sob os olhares de todos, caiu no chão.

Tão desamparada, deitada no chão, com o rosto pálido, muito pálido.

Os olhos de Jorge se tornaram mais profundos.

No início, ela não estava nem mesmo disposta a sair de casa.

Tinha medo de que as pessoas a olhassem de forma diferente.

Ela não conseguia suportar isso.

Todas as vezes, foi somente seguindo-o que ela se dispôs a sair de casa.

Levou três meses até que o sorriso de Valéria voltasse ao rosto dela, para que a vida voltasse ao normal.

"Está bem."

Jorge não suportava deixar Valéria ali.

Assim, ele a carregou nos braços, saindo do local.

Valéria recostou a cabeça no ombro de Jorge, levantando os olhos para olhar para Naiara.

Um leve sorriso surgiu em seus lábios.

E daí se ela voltou dos mortos?

E se isso pudesse deixar um pequeno rastro no coração de Jorge?

A primeira escolha de Jorge sempre seria ela.

......

Cristina olhava preocupada para a panturrilha sangrando de Naiara.

Desde pequena, até os cabelos dela eram cuidados meticulosamente.

Ela não suportava ter nenhuma imperfeição no corpo.

Ela gostava da sua aparência bonita e perfeita.

Diante de cicatrizes que poderiam deixar marcas, ela franziu o cenho, como se enfrentasse um grande perigo, "Naiara, vá logo para a sala de descanso tratar desse machucado."

Um simples "Naiara", e já a estava considerando amiga.

Naiara queria dizer que esse pequeno ferimento estava bom, mas vendo que Cristina estava realmente preocupada, ela não se opôs mais.

"Srta. Melo, peça a um garçom para me levar, eu mesma cuido disso."

Hoje ela era a anfitriã.

Deixar os convidados não era do seu feitio, seria falta de educação.

"Tudo bem, me chame de Cristina de agora em diante."

Cristina não era de perder tempo e imediatamente chamou o garçom para levar Naiara ao salão e tratar o ferimento.

......

Na pior das vezes, ela quase não sobreviveu.

Se não tivesse encontrado sua mãe.

Ela teria morrido dois anos atrás.

"Dói?"

Uma grande mão de repente segurou o tornozelo de Naiara.

Era Jorge.

Ele olhava para o pequeno ferimento com um pouco de mágoa em seus olhos.

Naiara se recuperou de suas lembranças e levantou lentamente a cabeça, olhando para Jorge.

Ele estava agachado na frente dela, pegando iodo da caixa de primeiros socorros ao seu lado, para tratar do ferimento.

Naiara olhou para ele com olhos frios.

De repente, levantou a perna e deu um chute no peito dele, dizendo friamente: "Jorge, fique longe de mim, você me dá nojo."

Queria que aquele chute pudesse despedaçar o coração traiçoeiro de Jorge.

As pupilas de Jorge se contraíram.

A separação por dois anos não fez com que seu ódio diminuísse pela metade.

Ela ainda o odiava.

Jorge suportou o chute sem se mexer, ainda segurando o tornozelo dela, olhando-a profundamente, "Ainda não se acalmou depois de me apunhalar?"