Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 327

"Cof!”

Naiara começou a tossir violentamente.

O rosto de Jorge mudou instantaneamente, cheio de preocupação, enquanto ele batia gentilmente nas costas dela.

Naiara o empurrou e correu para o banheiro.

Tossiu até colocar tudo para fora.

Mesmo com o estômago praticamente vazio, Naiara vomitou, quase sem ter o que expelir.

Quanto mais tentava, mais desconfortável se sentia.

Demorou um pouco até conseguir parar.

Ela se levantou e viu Jorge parado na porta, segurando uma toalha morna em uma mão e um copo de água morna na outra.

"Enxágue a boca"

Naiara tinha acabado de vomitar e a boca estava com um gosto horrível.

Sem expressão, ela estendeu a mão, pegou o copo e tomou um grande gole para enxaguar a boca.

Jorge se aproximou e, com a toalha morna, limpou os cantos dos olhos dela, onde as lágrimas de desconforto haviam se formado, e perguntou em voz baixa:

"Naiara, precisa ser assim? Não podemos nos dar bem?”

Ele só queria voltar ao que tinham antes.

Restituir o que ela um dia desejara, pouco a pouco.

Ao ouvir isso, Naiara levantou a cabeça lentamente e olhou para Jorge.

Ele queria que o tempo apagasse tudo, que ela deixasse para trás a morte de Zélia e não ficasse presa ao passado.

Ridículo.

Naiara cuspiu a água da boca diretamente na roupa de Jorge.

Jorge olhou para a camisa encharcada em seu peito, franzindo a testa, mas não tinha como reagir.

Ele queria melhorar a relação entre eles.

Não pensava em piorá-la.

Reprimindo as emoções que afloravam em seu coração, Jorge tolerou as provocações de Naiara e falou com a voz suave.

"Sem apetite? Mandei trazer mingau de novo, chegará em breve, vá esperar na sala de jantar"

Naiara não respondeu, apenas passou por ele e saiu.

Jorge tirou a camisa molhada e jogou-a no cesto de roupas sujas.

Com o torso nu, saiu do quarto.

Mesmo após dois anos, o corpo de Jorge permanecia impecável.

Um perfeito triângulo invertido, com oito músculos abdominais bem definidos.

Ao passar por Naiara, aquela garota que um dia ficava ruborizada e com o coração acelerado ao vê-lo sem camisa, dessa vez, não demonstrou qualquer emoção.

Além das coisas dele, o local estava equipado com tudo que ela precisava.

Incluindo itens pessoais e roupas para todas as estações.

Naiara olhou ao redor, sem expressão.

Pegou um pijama e entrou no banheiro.

De pé no chuveiro, Naiara lavava-se mecanicamente.

Internamente, sentia uma resistência intensa, mas continuava a se convencer.

Amanhã, sua mãe faria a cirurgia.

Assim que sua mãe fosse operada, ela não precisaria mais se submeter a Jorge.

Era apenas mais uma noite com Jorge.

Nos últimos cinco anos, não era como se ela não tivesse estado com ele.

Era como ser mordida por um cachorro.

Contudo, com todo o ódio que sentia por Jorge, deixar que ele a tocasse não era algo que algumas palavras de autoilusão pudessem resolver.

Por dentro, ela ainda se sentia extremamente enojada.

A ideia de ser tocada por ele era mais dolorosa do que a morte.

Mas ela não podia ir embora.