Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 337

Era o carro de Jorge.

A janela do carro desceu, revelando o rosto de traços marcantes do homem.

Seu olhar passou levemente por Wilson e pousou em Naiara. "Entre no carro."

Naiara olhou para Jorge, sentindo-se sufocada por uma revolta interna que parecia prestes a afogá-la.

Ela encarou o homem que aparentava ter tudo sob controle, e, num ímpeto de raiva, jogou a bolsa pela janela do carro.

No fundo de seu coração, ela desejava que Jorge desaparecesse da face da terra.

Pessoas morrem todos os dias, por que não poderia ser Jorge?

Jorge pegou a bolsa no ar.

Sem se aborrecer, a colocou de lado.

Inclinou-se para abrir a porta do carro, esperando que Naiara entrasse.

Mas Naiara não fez o que ele esperava.

Qualquer momento longe de Jorge era um alívio. Forçada a essa situação por ele, Jorge era a última pessoa que ela queria ver.

Virou-se e começou a caminhar.

Coincidentemente, um táxi passou, e Naiara abriu a porta e entrou.

Jorge viu pelo retrovisor, fechou a porta do carro e estava prestes a seguir Naiara.

No momento em que começou a virar o carro.

Um outro veículo bateu em seu carro por trás.

Era Wilson.

Seu carro também estava estacionado na rua.

Ele percebeu que Naiara precisava de um tempo para se acalmar, mas Jorge estava prestes a segui-la, então ele propositalmente acelerou e colidiu com o carro de Jorge.

Jorge estava no meio de uma manobra e bateu o capô em uma árvore ornamental ao lado.

O impacto não era suficiente para causar ferimentos graves.

Mas Jorge, que tinha acabado de soltar o cinto de segurança e ainda não tinha tido tempo de colocá-lo novamente, bateu com o peito no volante, sentindo uma onda de dor.

A expressão de Jorge mudou instantaneamente.

Wilson, no carro atrás, pegou um talão de cheques no porta-luvas e assinou um valor qualquer.

Naiara não tinha grande resistência ao álcool, e antes mesmo de terminar a primeira garrafa, o efeito já começava a aparecer.

As emoções reprimidas não podiam mais ser contidas.

Ela se apoiou no ombro de Manuel, e, aproveitando o barulho do local, chorou inconsolavelmente.

Manuel, com um olhar de preocupação e raiva dirigida a Jorge, acariciava suas costas.

Então, quando viu a figura de Jorge se aproximando, Manuel cuidadosamente acomodou Naiara no sofá.

Do desespero inicial ao choro silencioso, as lágrimas de Naiara não tinham cessado.

Jorge viu e apressou-se.

Seu olhar estava fixo em Naiara, e ao ver seu rosto coberto de lágrimas, ele sentiu-se perturbado.

Estar ao seu lado era assim tão insuportável para ela?

Mas o que poderia fazer?

Ele simplesmente não queria desistir, não queria que ela pertencesse a mais ninguém.

Com os olhos sombrios, Jorge estava prestes a abraçar Naiara, quando Manuel pegou uma garrafa de bebida da mesa e a quebrou na cabeça de Jorge.