Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 35

Naiara levantou a perna e deu um chute forte na canela de Jorge.

Ah!

Jorge foi pego de surpresa.

Sentiu a dor aguda.

Ele aspirou um hálito frio de dor e deu um passo involuntário para trás.

Naiara empurra com força, obrigando Jorge a se sentar no vaso sanitário.

Ela aproveitou a oportunidade para abrir a porta do banheiro e sair rapidamente.

Jorge logo saiu da cabine.

Parou na porta, observando as costas de Naiara, com um olhar que lembrava o de um caçador observando sua presa, desejando devorá-la ali mesmo.

Não muito longe dali, Valéria estava escondida atrás de uma planta.

Suas mãos estavam cerradas com força.

Não importava se era há cinco anos ou cinco anos depois.

Todos sabiam que ele a amava e lhe dava preferência infinita.

Mas Jorge nunca havia olhado para ela com esses olhos.

......

Quando Naiara retornou, os pratos já estavam na mesa há algum tempo.

Wilson ainda não havia começado a comer, esperando por ela.

"Sr. Araújo, peço desculpas."

Naiara falou com um tom de arrependimento.

"Não tem problema."

O olhar de Wilson se deteve por apenas um segundo nos lábios vermelhos e inchados de Naiara antes de se afastar.

Naiara escondeu seu constrangimento comendo e abaixando a cabeça.

Suas orelhas estavam vermelhas de vergonha.

Ela havia ajeitado suas roupas no caminho, mas os lábios inchados, marcados pelo beijo de Jorge, eram evidentes para qualquer um que olhasse.

Após o jantar, já passava das dez horas.

Wilson estava pagando a conta e disse a Naiara: "Eu a levo para casa."

"Obrigada, Sr. Araújo."

Naiara não recusou e ficou esperando por Wilson.

Uma força repentina agarrou seu pulso e Naiara foi arrancada do lado de Wilson, caindo em um peito familiar.

As mãos grandes de Jorge apertaram a cintura de Naiara, forçando-a a ficar em seus braços. Ele olhou para Wilson e disse com um tom possessivo: "Minha mulher, eu mesmo a levo. Não precisa se incomodar, Sr. Araújo."

Após dizer isso, ele começou a arrastar Naiara para fora.

Wilson, inconscientemente, levantou a mão para bloquear, mas silenciosamente a deixou cair de volta em sua mão.

Ela sabia do relacionamento entre Naiara e Jorge.

Na época, era de conhecimento geral que Naiara amava Jorge.

Naiara foi levada alguns passos e seu rosto esfriou.

Ela tentou puxar a mão grande de Jorge, dizendo em voz baixa: "Jorge, quem é sua mulher? Solte-me!"

O rosto de Jorge afundou, seus olhos se tornaram sombrios e a mão grande que estava apertando a cintura dela obviamente ficou mais rígida.

Naiara sentiu a dor e começou a apertar com mais força.

Mas a mão de Jorge era como um torno, prendendo-a firmemente em seus braços.

Não importava o quanto ela apertasse ou puxasse, ele não a soltava, puxando-a para fora de maneira autoritária.

Naiara não conseguiu evitar um comentário mordaz: "Jorge, o respeitável chefe da família Martins, discutindo com a ex na frente de todos, não acha vergonhoso?"

Depois de ir ao banheiro, Valéria, que descobriu que Jorge já havia saído, foi atrás dele.

Quando viu Jorge abraçando Naiara, ela imediatamente se adiantou: "Jorge..."

Mas Jorge parecia não ouvi-la, ignorando-a completamente.

Ao ver Jorge tentando levar Naiara embora, Valéria lembrou-se da cena que testemunhara fora do banheiro e sentiu um misto de ódio e raiva.

Seu corpo vacilou, e ela quase caiu, "Jorge..."

Jorge estava de pé.

Seus olhos se voltaram para Valéria.

Hospital.

O médico examinou cuidadosamente Naiara e depois disse: "Fique tranquila, nenhum nervo foi ferido, não se preocupe. Fique no hospital esta noite para observação e poderá ter alta amanhã de manhã."

A tensão que Naiara carregava finalmente se aliviou.

Lucas Araújo ajudou com o processo de internação.

Naiara agradeceu a Wilson.

"Descanse bem."

Wilson recomendou, ajustou a iluminação do quarto para ficar mais suave e saiu com Lucas.

A porta do quarto se fechou.

A noite avançava.

Desde que Zélia partiu, a qualidade de seu sono se tornara tão ruim que ela precisava recorrer a medicamentos.

À noite, sem a medicação, ela dormia menos profundamente e voltava a ter pesadelos.

Na madrugada, ela teve a sensação de que alguém estava ao lado de sua cama.

Uma sensação familiar, alguém que a observava por muito tempo...

Seus pensamentos estavam confusos, e ela não conseguia distinguir entre realidade e sonho.

Na manhã seguinte, Naiara, com uma das mãos enfaixadas, foi sozinha cuidar da alta hospitalar.

"Naiara!"

Valéria a chamou, estendendo a mão para puxar a mão machucada de Naiara.

Naiara se esquivou e continuou andando, ignorando Valéria.

Valéria bloqueou seu caminho novamente: "Naiara, faz sentido todo esse fingimento? Você não disse que terminou com o Jorge? O que está fazendo agora?"

"Eu sugiro que você não perca seu tempo. No coração de Jorge só há espaço para mim, não importa o que você faça, ele nunca vai te amar!"

"Para ele, você não passa de um objeto para satisfazer desejos."

"Plaft!"

Naiara levantou a mão e deu um tapa em Valéria.