Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 387

Na noite passada, ela mais uma vez viu como Jorge demonstrava sua preferência e amor por Valéria.

No passado, ela acreditava que, apesar de Jorge confiar incondicionalmente e favorecer Valéria, ele era um homem de princípios.

Se Valéria ultrapassasse os limites da lei, ele certamente não a protegeria.

Mas depois da noite passada, ela não tinha mais certeza disso.

Quanto mais se aproximava da verdade, mais Naiara temia surpresas indesejadas.

Desde que soube que Valéria foi responsável pela morte de Zélia, até o dia de hoje, Naiara passou por inúmeras decepções por causa de Jorge na sua busca por justiça para Zélia.

Esse homem não era digno de confiança.

Mas, ela não tinha outra escolha.

A única coisa em que podia apostar era naquele resquício de sentimento que ele demonstrava por Zélia.

Por isso, antes de ir ao hospital, Naiara olhou para Jorge e disse, pausadamente: "Jorge, se você realmente tem algum amor paternal por Zélia e se sente em dívida com ela, então, se Mateus apresentar provas de que foi Valéria quem mandou matar, não interfira. Deixe que Valéria enfrente a justiça e receba a punição que merece!"

"Certo."

Jorge sabia que Naiara o entendia mal por causa dos preconceitos que ele tinha nutrido há sete anos, que repetidamente a feriram, a ela e a Zélia.

Ele não podia se justificar por seu antigo eu.

Ele realmente havia sido preconceituoso.

Em muitas situações, ele perdeu a imparcialidade.

Mas agora, ele não iria mais fazer isso.

"Naiara, se o que Mateus disser for verdade, eu não apenas não vou proteger Valéria, como também não a perdoarei."

Dois anos atrás, ao descobrir que a origem do rim de Zélia estava relacionada a Valéria, ele conseguiu perdoar Valéria apenas porque ela não tinha intenção de prejudicar.

Ela simplesmente amava Samara demais, o que a fez escolher Samara egoisticamente, resultando na morte acidental de Zélia na mesa de cirurgia.

Ela estava errada, mas havia uma razão compreensível.

Porém, se fosse intencional.

Ela não poderia ser perdoada.

"Jorge, Zélia está olhando por nós do céu, é melhor você cumprir o que prometeu!"

Naiara sabia que promessas verbais não significavam muito, mas isso lhe trazia um pouco de paz de espírito.

Naiara inclinou-se para beijar Zélia e, antes que as lágrimas caíssem novamente, ergueu ligeiramente a cabeça e usou o dedo para limpar as lágrimas.

Quando entrou no elevador, ficou lotado após a entrada de Naiara, forçando Jorge a pegar o próximo.

O elevador chegou ao andar onde Valéria estava internada e Naiara entrou direto no quarto sem bater.

No quarto, Samara não estava presente, apenas Valéria deitada na cama.

Ao ver Naiara entrar sem bater, o rosto de Valéria mudou instantaneamente, repleto de indignação e fúria, ela gritou: "Naiara, o que mais você quer? Você só vai ficar satisfeita quando me destruir?"

Naiara não respondeu, olhou ao redor do quarto, mas não viu Mateus.

Ela pegou o celular, prestes a ligar para Mateus, quando Jorge entrou pela porta.

Ao ver Jorge, as lágrimas de Valéria imediatamente começaram a rolar por seu rosto, expressando sua profunda mágoa. "Jorge, a Naiara passou dos limites. Quase me levou ao desespero ontem à noite, e agora ela ainda vem ao quarto do hospital. As coisas que o Mateus disse, eu não tenho conhecimento algum. Foi a Naiara que, intencionalmente, se uniu com o Mateus para me incriminar. Ela quer tirar minha vida."

Naiara não se defendeu; ela já havia discado o número de Mateus.

E, então, o som do celular tocou na porta do quarto.

Mateus havia chegado.

Os três presentes no quarto, simultaneamente, voltaram seus olhares para a entrada.

Mateus abriu a porta do quarto e entrou.