Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 475

Ao sair do banheiro, Valéria recordou-se das humilhações que sofreu ao longo do caminho.

Tomada pela raiva, Valéria começou a arremessar objetos no quarto, deixando tudo uma bagunça.

Em meio à desordem, seu peito subia e descia com intensidade.

No caminho de volta, ela já tinha visto que sua conversa com Naiara havia vazado.

A gravação tinha sido destruída por Jorge, como poderia ter sido exposta?

Certamente foi Naiara.

Jorge já a tinha mandado para a detenção por quarenta e oito horas por causa daquela mulher, e ela ainda insistia em persegui-la, o que era um ultraje.

Aquela mulher desprezível!

No auge de sua fúria, o telefone de Valéria tocou.

Com expressão séria, ela pegou o celular ao lado e viu que era Samara Gomes. Seu rosto permaneceu sombrio ao atender a chamada.

Antes que pudesse falar com frieza, a voz alegre de Samara soou rapidamente em seus ouvidos: "Mãe, você já terminou? Quando você vem me ver? Papai está aqui!"

Samara aproveitou que Jorge estava no banheiro para ligar secretamente para Valéria.

Fazia dois dias que não via sua mãe e sentia muita falta dela.

Ela perguntara ao pai onde sua mãe estava.

O pai dizia que a mãe estava muito ocupada e que viria ao hospital assim que pudesse.

Samara não queria incomodar sua mãe, temendo que, ao interromper algo importante, ela a deixasse chateada.

"Eu estou indo agora. Não deixe seu pai sair, está bem?"

Valéria deu uma instrução.

"Está bem, mamãe."

Samara respondeu com alegria.

Ao ouvir o som da descarga do banheiro, Samara desligou o telefone.

Jorge saiu do banheiro.

Com Valéria detida nos últimos dois dias, Samara acabara de passar por uma cirurgia e precisava do apoio dos pais.

Sem encontrar Valéria, Samara ligou para Jorge chorando, dizendo que sentia sua falta.

Enquanto Samara estava fraca, Jorge ficou preocupado com sua saúde e foi ao hospital para ficar com ela.

A presença de Jorge trouxe calma para Samara, que então aceitou tomar seus medicamentos e receber suas injeções.

"Papai, você pode ler mais uma história para mim?"

Samara olhava para Jorge com um olhar de saudade.

Com medo de que Jorge fosse embora e sua mãe ficasse brava, Samara fez um pedido com carinho.

"Claro."

A pequena Samara, ainda pálida após a cirurgia, olhou para ele de um jeito que tornava difícil recusar.

Embora estivesse decepcionado com Valéria, Jorge realmente gostava de Samara e não queria que as desavenças dos adultos afetassem a criança.

Por isso, mesmo agindo contra Valéria, ele orientou os cuidadores a manterem silêncio, assim como as enfermeiras e médicos, para que Samara não soubesse de nada.

Jorge sentou-se ao lado de Samara e pegou um livro de histórias.

Samara escolheu a história mais longa, e Jorge começou a lê-la para ela.

Com uma voz suave e acolhedora, ele lia, enquanto Samara o observava com um olhar de admiração.

O ambiente era de paz e carinho.

Com esse pedido, Samara assentiu obedientemente.

Jorge levantou-se e saiu.

Valéria foi atrás dele, "Jorge, você viu as notícias? A Naiara expôs..."

Antes que Valéria pudesse acusar Naiara, Jorge a interrompeu friamente: "Fui eu."

Essas palavras impediram que Valéria culpasse Naiara.

Ela ficou ali, estupefata, olhando para Jorge.

Mesmo após a partida de Jorge, Valéria não conseguia acreditar.

Como Jorge pôde fazer isso?

Só porque ela não era Pequena Laranja, ele foi capaz de ser tão cruel!

Depois de muito tempo, Valéria finalmente conseguiu se recuperar daquela dor sufocante e voltou para o quarto.

Olhou para Samara, "Seu pai esteve com você esses dias?"

"Sim, mamãe."

Samara assentiu, vendo que Valéria não estava bem.

Valéria suspirou aliviada.

Os sentimentos de Jorge por Samara eram mais profundos do que ela imaginava.

Felizmente, ela ainda tinha Samara.

Ela não tinha perdido.

Enquanto tivesse Samara, mesmo que não fosse Pequena Laranja, ela ainda teria uma chance.