Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 529

Um grande medo envolvia Valéria.

Com as mãos trêmulas, ela tirou o celular do bolso e rapidamente discou para o SAMU.

Após explicar a condição de Samara e sua localização, ela desligou.

Olhou para baixo, para Samara, que estava desmaiada em seus braços, e deu-lhe alguns tapinhas no rosto, advertindo-a.

"Samara, aguente firme, você não pode me deixar, está ouvindo?"

Samara ainda não estava completamente inconsciente e ouviu as palavras de Valéria, mas já não tinha forças para responder.

...

No intervalo até a chegada da ambulância, Valéria batia desesperadamente no portão de ferro.

"Jorge, a Samara está quase morrendo, por favor, saia e leve-a ao hospital!"

Ainda havia tempo, e Valéria não desistiu de chamar Jorge.

Ela ainda nutria a esperança de que, ao ver Samara naquele estado, Jorge se compadeceria e amoleceria o coração.

Mas o portão estava bem fechado, e o isolamento acústico era eficaz.

Lá dentro, Jorge não ouvia nada.

...

Quando Samara foi colocada na ambulância, já estava em estado de choque.

A ambulância seguiu com a sirene ligada, dirigindo o mais rápido possível em direção ao hospital.

O médico que a acompanhava tinha uma expressão séria enquanto tentava reanimar Samara, mantendo-a viva.

Ao chegar ao hospital, Samara foi imediatamente levada para a sala de emergência.

"Doutor, por favor, salve minha filha, ela não pode nos deixar."

Valéria segurava firmemente o braço do médico.

O médico queria perguntar por que Valéria não havia levado a filha ao hospital assim que ela começou a passar mal.

Após o transplante de rim, o médico certamente havia alertado a família sobre os cuidados necessários.

Era negligência ou desprezo pelas instruções médicas?

Como médico, ele sempre ficava frustrado ao lidar com pacientes ou familiares assim.

No entanto, ele não podia expressar esses pensamentos.

Suprimindo suas emoções, ele disse em tom grave: "Por favor, solte meu braço."

Valéria, completamente desorientada, não soltou, ao contrário, segurou ainda mais firme.

Com uma expressão de desespero, ela insistiu: "Doutor, minha filha vai ficar bem, não é? Você tem que garantir isso!"

Para Valéria, o médico era sua última esperança.

O monitor cardíaco na ambulância havia deixado-a em pânico.

Aquele sinal fraco indicava que Samara estava por um fio.

Ela poderia morrer a qualquer momento.

Valéria só queria que Samara parecesse mais doente para despertar a compaixão de Jorge e retornar à vida confortável que tinham antes.

Ela nunca pensou que algo realmente grave aconteceria a Samara.

O médico estava a ponto de perder a paciência.

Ela mentiu para Mateus, dizendo que Jorge estava apaixonado por ela à primeira vista, mas que seu coração pertencia a ele, Mateus.

Ela estava com Jorge apenas por dinheiro, e quando conseguisse o suficiente, sairia de lá para começar uma nova vida com Mateus em outra cidade, comprando uma casa, um carro, casando-se e tendo filhos com ele.

Mateus, um romântico incurável, acreditava em tudo o que ela dizia.

Ela prometeu que nunca deixaria Jorge tocá-la, que se manteria fiel a ele, e Mateus acreditava.

Vendo o quanto Valéria se esforçava pelo futuro deles, Mateus fazia de tudo por ela.

Nessa época, ela tinha o carinho e os presentes materiais de Jorge, enquanto seu corpo era satisfeito pelos esforços de Mateus.

Ela vivia em um equilíbrio perfeito, sempre de bom humor.

Mas, antes do aniversário de um ano com Jorge, Valéria descobriu que estava grávida.

Foi durante uma viagem de Jorge, quando ela e Mateus exageraram.

Acamparam por dois dias e duas noites.

Em um momento no campo, não tiveram tempo de voltar à barraca para pegar proteção e ignoraram as consequências.

Depois disso, estavam tão distraídos que esqueceram o ocorrido.

Quando lembrou, já era tarde demais.

Ela tomou a pílula do dia seguinte, mas já não adiantava.

Ela pensou que talvez tivesse sorte.

Mas naquela vez, acabou engravidando.

Valéria queria fazer um aborto em segredo.