Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 532

Não aguentaria por muito tempo.

Agarrou a mão dela como se tivesse usado toda a sua energia, e quando a olhou, sua mão já havia escorregado sem força.

Os lábios sem cor moveram-se levemente.

Sem forças, sua voz saiu tão baixa que ela mal pôde ouvir.

Embora não gostasse daquela criança, ao ver que estava prestes a morrer, sentiu compaixão.

Inclinou-se para perto, perguntando gentilmente: "Quer me dizer algo?"

Samara respirou com dificuldade, esforçando-se para formar uma frase completa com os lábios.

"Irmã enfermeira, pode mandar uma mensagem para o meu pai, dizendo que estou realmente quase morrendo e que quero tanto ver meu pai pela última vez... quero tanto... quero tanto..."

Depois de dizer isso, Samara parecia ter esgotado toda a sua força.

Sua respiração tornou-se ainda mais fraca.

Olhava para a enfermeira com um apelo no olhar.

Um desejo no leito de morte, a enfermeira não teve coragem de recusar, assentiu concordando.

"Está bem, agora mesmo eu ajudo você a enviar."

Samara quis agradecer, mas realmente não tinha forças para falar, apenas moveu os lábios, silenciosamente formando um "obrigada, irmã".

A enfermeira sentiu um aperto no coração.

Ela sabia que Samara não aguentaria muito mais, estava se mantendo apenas por um fio de esperança.

Aquele fio, provavelmente, era ver o pai.

Então, usando o número que Valéria havia discado, a enfermeira digitou palavra por palavra o que Samara havia dito e enviou para Jorge.

Após enviar, a enfermeira aproximou o celular do rosto de Samara e disse: "A mensagem foi enviada."

A visão de Samara estava turva demais para ver claramente.

Mas, ao ouvir a enfermeira dizer que a mensagem foi enviada, seus lábios se moveram levemente.

Continuou a encarar a tela.

Mesmo sem ver nada, não queria desviar o olhar.

Esperava a resposta do pai, queria ver assim que chegasse.

No entanto, esperou por um bom tempo.

Nenhuma resposta chegou.

"Não se preocupe, seu pai deve não ter visto, vou ligar para ele!"

A enfermeira, compadecida, temendo que do outro lado não vissem a mensagem, ligou diretamente para avisar.

Mas, ao ligar, a chamada foi imediatamente rejeitada.

A enfermeira instintivamente tentou ligar de novo, mas já havia sido bloqueada.

Os olhos de Samara seguiram a enfermeira, ela podia ouvir o som do telefone.

Seus lábios começaram a tremer, lágrimas lentamente embaçaram sua visão.

Ela queria tanto dizer ao pai que desta vez não estava mentindo, que realmente estava prestes a morrer.

Depois, nunca mais o veria novamente.

Antes de morrer.

Na mente de Samara, como um filme, passavam todas as lembranças do carinho que Jorge tinha por ela.

Aqueles momentos provavam que o pai realmente a amara.

Mas, ela o decepcionou.

Decepcionou tanto que ele não queria vê-la pela última vez.

Ela se arrependeu.

Se não tivesse sido uma criança mentirosa, se tivesse se dado bem com Zélia, poderia ter sido a filha de seu pai junto com Zélia.

Então, ela esperou.

Esperou que o pai amolecesse o coração e viesse vê-la pela última vez.

Mas, até o fim, Jorge não veio.

Samara partiu com um sentimento de arrependimento.

...

Jardim Imperial

Jorge viu a mensagem enviada por Samara.

Ele sabia que ela queria vê-lo pela última vez antes de morrer.

Ele não se comoveu.

Apenas enviou uma mensagem ao médico.

Depois, colocou o celular de lado, aguardando.

Não demorou muito para que uma mensagem do médico chegasse: [Sr. Martins, meus pêsames!]

Ao ver as palavras de condolências.

Jorge apertou o celular com força.

Olhou para a mensagem, sentado em silêncio no sofá por um momento, antes de subir as escadas.

Foi ao banheiro, tomou um banho e trocou de roupa antes de descer.

Entrou no carro, que saiu do Jardim Imperial.

Ele não foi ao hospital, mas dirigiu até a prisão.

Foi ver Mateus.

Ao encontrá-lo, não fez rodeios, disse diretamente: "Samara morreu, Valéria foi a responsável."