Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 604

"Naiara!"

Jorge olhou para as mãos de Naiara e Wilson, sempre entrelaçadas, e sentiu-se extremamente incomodado, o tom de voz dele tornou-se mais pesado.

Naiara encarou Jorge, cujos olhos estavam tomados pela irritação.

O fato de ela insistir em ficar para cuidar de Wilson claramente já ultrapassava o limite de Jorge.

Ele sempre tivera um forte sentimento de posse sobre ela.

Não suportava vê-la demonstrando preocupação com Wilson bem diante dos seus olhos.

Mas, e daí?

O que os sentimentos dele importavam para ela?

Os olhares dos dois se cruzaram no ar, carregados de tensão.

Nenhum dos dois cedeu.

Um queria insistir em ficar.

O outro queria levá-la consigo.

Naiara já estava preparada para trocar palavras duras com Jorge, mas, surpreendentemente, foi Jorge quem cedeu primeiro.

Ele suavizou o tom: "Aqui é território do Nereu. Ele vai cuidar bem do Wilson."

"Não fico tranquila."

Naiara respondeu de imediato, cortando qualquer argumento de Jorge.

Na frente dele, Naiara não escondeu em nenhum momento o cuidado e a preocupação com Wilson.

Tudo aquilo era como uma lâmina afiada, cravando-se profundamente no coração de Jorge.

Ele olhou para Naiara, cujo rosto deixava claro que não havia espaço para negociação.

No fim, ele acabou cedendo.

Ligou para Álvaro Barros e pediu que ele viesse verificar o estado de Wilson.

……

Durante a meia hora de espera até a chegada de Álvaro,

Jorge permaneceu ao lado da cama, observando Naiara sentada, falando com voz suave e carinhosa com Wilson, que segurava sua mão e não queria soltá-la.

"Wilson, eu não vou embora. Solta minha mão, deixa eu te dar um pouco de caldo de cana com gengibre pra você se sentir melhor."

Wilson estava com febre e também havia bebido demais.

Estava completamente grogue.

Naiara falou com ele com toda a paciência do mundo, até que Wilson, obediente, soltou sua mão.

Ela lhe deu o caldo, colherada por colherada.

O coração de Jorge se encheu de amargura e dor.

Mas ele não podia obrigar Naiara a sair dali.

Se não fosse pelo bebê que Naiara carregava, Jorge não teria coragem de forçá-la a nada novamente.

Por isso, ele só podia assistir, impotente, à mulher que amava cuidando de outro homem, bem diante dos seus olhos.

Sem poder fazer nada.

Cada palavra de Naiara era uma lâmina cortante para ele.

Era aquele tom de voz suave que ele não ouvia há muito, muito tempo.

No passado, quando ela era completamente apaixonada por ele,

Quando ele bebia demais e se sentia mal, era com a mesma paciência e ternura que ela o convencia a tomar um chá de boldo.

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