Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 617

Nesse momento, um carro parou de repente em frente a Zélia, bloqueando completamente a visão de Naiara.

Naiara não conseguiu ver a filha.

Com o olhar aflito, ela procurou ansiosamente pela silhueta de Zélia do outro lado da rua.

Tinha certeza de que, há pouco, ouvira a voz de Zélia.

Não fora uma ilusão.

Também não fora um sonho.

Tinha certeza de que ouvira Zélia chamando-a de mãe, de forma clara e real.

"Zélia..."

Murmurando o nome de Zélia, suas pernas se moveram sozinhas, disparando em direção ao outro lado da rua!

O carro que bloqueava sua visão aproveitou para fazer um retorno, indo diretamente na direção de Naiara, que já estava no meio da rua.

Com toda a atenção voltada para encontrar Zélia, Naiara não percebeu o perigo iminente.

O carro estava prestes a atingi-la.

No exato momento crítico.

"Naiara, cuidado."

A garota ao seu lado, ao perceber a situação, ficou apavorada.

Rapidamente, com um reflexo ágil, puxou a Naiara, que já estava completamente fora de si, de volta para a calçada.

O carro passou em alta velocidade.

"Naiara, você está bem? Se machucou?"

As duas jovens cercaram Naiara, nervosas.

Elas haviam sido encarregadas de acompanhar Naiara e garantir a sua segurança.

Sr. Martins havia deixado claro: Srta. Leite não poderia sofrer nenhum arranhão.

"Não, estou bem."

Naiara não percebeu o quão exagerada era a preocupação das duas jovens.

Depois de se firmar, seu olhar permaneceu fixo do outro lado da rua.

O carro já tinha ido embora.

Mas, na direção de onde viera a voz de Zélia, não havia mais sinal dela.

Mesmo após mais de três anos.

Zélia era parte dela, estavam ligadas pelo sangue.

Se fosse mesmo Zélia, mesmo em meio à multidão, seria impossível não reconhecê-la à primeira vista.

"Zélia!"

Naiara entrou em pânico!

Onde estava a sua Zélia?

Naiara mais uma vez se lançou para atravessar a rua.

As duas jovens não conseguiram contê-la, só restou acompanhá-la cuidadosamente até o outro lado.

"Zélia, mamãe está aqui, onde você está? Zélia! Mamãe sabe que é você, venha, por favor? Mamãe sente tanta saudade! Por favor, venha ver a mamãe? Zélia... Zélia..."

Naiara estava perdida, como uma barata tonta, procurando pela filha em uma cidade estranha.

Mas, por mais que chamasse, não obteve resposta.

Era uma expressão que só aparecia quando se tratava de Zélia.

Jorge correu em passos largos até ela.

Ao se aproximar, ouviu Naiara chamando por Zélia.

Vendo a foto de Zélia, com seu rostinho adorável, no protetor de tela do celular de Naiara, Jorge sentiu uma pontada aguda no coração.

Zélia era a dor que ele jamais conseguiria superar nesta vida.

"Naiara."

Jorge se aproximou e abraçou Naiara.

Desta vez, Naiara não se desvencilhou imediatamente.

Ao ver que era Jorge, Naiara o segurou pelo braço, o rosto aflito e a voz embargada: "Jorge, eu acabei de ouvir a Zélia me chamando de mãe, aqui mesmo, Zélia não morreu, ela ainda está viva!"

Jorge não sabia por que Naiara perdera o controle daquele jeito.

Dizia que Zélia não tinha morrido.

Ambos sabiam que Zélia já havia falecido.

Mas, diante do estado de Naiara, Jorge não teve coragem de contrariá-la e, acompanhando o momento, disse: "Calma, eu vou pedir para o hotel providenciar um carro, vamos procurar por ela juntos."

……

Não muito longe dali, um carro estava parado.

Era o mesmo que quase atropelara Naiara há instantes.

Zélia estava deitada no banco de trás, inconsciente.

Ao seu lado, sentava-se uma mulher que, olhando pela janela do carro para Naiara — que procurava desesperadamente por Zélia —, esboçou um sorriso frio no canto dos lábios.