Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 633

Enquanto Jorge franzia a testa, perdido em pensamentos, Naiara desvencilhou-se do abraço dele e levantou-se cambaleando.

"Naiara..."

Jorge levantou-se também.

"Eu não vou assustar a Zélia."

Naiara respondeu com a voz rouca.

Ela não olhou para Jorge, mantendo o olhar fixo em Zélia, que se afastava cada vez mais.

Após dizer isso, ela apressou o passo para seguir atrás.

Jorge havia comentado sobre a saúde frágil da filha, então Naiara, temendo abalá-la, não ousou se aproximar demais, limitando-se a acompanhar a menina a certa distância.

Jorge acompanhou com passos largos.

Durante todo o trajeto, Naiara não tirou os olhos da filha nem por um segundo, sem se importar com o caminho à sua frente.

Jorge seguia ao lado dela, preocupado.

Assim, eles foram andando, nem muito perto, nem muito longe.

Só pararam quando saíram do shopping e viram Zélia entrar no carro que viera buscar Eliana.

O carro arrancou e partiu.

Jorge, compreendendo o estado de espírito de Naiara, tentou consolá-la em voz baixa: "Naiara, espere um pouco."

Logo em seguida, ligou para o segurança, pedindo que trouxesse o carro para que pudessem seguir o outro veículo.

No entanto, toda a atenção de Naiara estava voltada para o carro de Eliana, sem notar o que Jorge dizia.

Enquanto ele fazia a ligação, ela caminhou apressada atrás do carro.

Qualquer segundo a mais para vê-la já valia a pena.

...

Dentro do carro, Zélia apoiava-se em Eliana.

Embora não tivesse olhado para trás, sabia que aquela mulher que dizia ser sua mãe a seguia.

O olhar daquela mulher sobre si era intenso demais para passar despercebido.

Naquele olhar, Zélia sentia um afeto forte.

No fim, não resistiu e olhou uma vez para trás.

Quando o carro ganhou velocidade, Naiara apressou o passo, tentando não ficar para trás.

No próximo passo em falso, ela certamente despencaria pela escada.

Se não quebrasse o braço, pelo menos sairia bastante machucada.

Queria ver como ela participaria da competição depois disso.

Eliana viu Naiara, exatamente como previra, não prestar atenção onde pisava e tropeçar.

Antes que Eliana pudesse se vangloriar, Jorge, movendo-se numa velocidade incrível, lançou-se para frente.

Seu corpo cortou o ar como uma flecha. No exato momento em que Naiara perdeu totalmente o equilíbrio e estava prestes a despencar, ele envolveu com força a cintura dela com seus braços vigorosos.

Usando toda a força do corpo, puxou-a com violência para junto de si, sem hesitar em usar as próprias costas largas como escudo, protegendo-a do impacto e das sucessivas quedas nos degraus!

"Ugh!"

O som surdo do impacto e o gemido contido de dor de Jorge ecoaram ao mesmo tempo.

Assim que pararam de rolar, Jorge, ignorando a dor lancinante no braço e nas costas, imediatamente afastou Naiara de si o suficiente para verificar seu estado.

Mesmo com os dedos visivelmente trêmulos, ele passou rapidamente as mãos pela testa, bochechas, braços, cintura e costas dela...