Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 648

Ela simplesmente não teve chance de tocá-lo.

Jorge apenas se virou de lado, desviando-se.

Eliana caiu direto no chão e, desta vez, não teve forças para se levantar novamente.

"Jorge..."

Eliana ergueu a cabeça, estendendo a mão para Jorge, sinalizando que queria que ele a ajudasse a levantar.

Jorge lançou um olhar para Q.

Q imediatamente se aproximou, segurou com força o ombro de Eliana com suas mãos grandes e a puxou do chão.

No fundo, Eliana estava insatisfeita, mas não se importou com esse pequeno detalhe.

Afinal, Jorge não conseguiria evitar por muito tempo.

Mesmo evitando o contato agora, no máximo ele conseguiria adiar por vinte e quatro horas; para salvar aquela garota irritante, ele ainda teria que ser íntimo com ela.

Só de pensar que finalmente poderia experimentar o gosto de Jorge...

Algo que Valéria nem com todos os seus esforços nos últimos anos conseguiu conquistar.

...

Jorge não dividiu o carro com Eliana.

Com os seguranças e os homens de Agostinho, seguiram em vários carros, indo e vindo da mansão.

Desta vez, Eliana não tentou nenhuma artimanha.

Ao retornar à mansão, Eliana entrou em seu quarto, pegou um comprimido em uma caixa de joias no closet e entregou a Jorge.

Jorge aceitou.

E imediatamente se virou para sair.

Eliana foi levada de volta ao carro por Q.

Antes de sair, Jorge lançou um olhar para Q.

Q entendeu o recado, sinalizou para seus subordinados levarem Eliana de volta ao cárcere d’água e, por sua vez, entrou na mansão com alguns homens.

Iniciaram uma busca minuciosa pela casa novamente.

Não encontraram outro antídoto.

Eliana havia deixado apenas um comprimido, escondido em um compartimento secreto da caixa de joias — um lugar onde ninguém pensaria em procurar.

Não era de se admirar que, mesmo depois de várias buscas, não tivessem encontrado antes.

...

Depois do casamento, com Zélia servindo de "cola" entre eles, mesmo que Jorge não sentisse nada por ela, teria que manter pelo menos a aparência de marido e mulher — quem sabe até cumprir os deveres matrimoniais...

E quanto àquela vadia da Naiara?

Que ótimo seria vê-la, impotente, olhando sua própria filha se aninhando carinhosamente nos braços da mulher que mais odeia, chamando docemente de "mamãe", morrendo por dentro de dor e sem poder fazer nada...

Só de imaginar essa cena, Eliana sentiu um prazer distorcido subir-lhe à cabeça, quase rindo alto.

Ela calculou cada passo, planejou tudo com perfeição.

Agora, só faltava Jorge dar com as próprias mãos aquela pílula envenenada, coberta de açúcar, na boca da filha.

...

De tudo isso, Jorge não fazia ideia.

Com o suposto antídoto em mãos, correu o mais rápido possível de volta.

No consultório da fazenda, o clima era tão pesado que mal se podia respirar.

Jorge, com o precioso comprimido, chegou o mais rápido que pôde.

Abriu a pesada porta de repente e avançou a passos largos até a cama.

Sobre ela, Zélia, com o pequeno corpo encolhido pela dor, o rosto pálido coberto de suor frio, gemendo de dor mesmo inconsciente, tão frágil que parecia prestes a se despedaçar.