Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 653

O grito de Álvaro, cuja voz se alterou devido à euforia extrema, cortou como um trovão a sombra de desespero que pairava sobre o laboratório!

"Rápido! Extraia o soro imediatamente! Purificação e concentração no mais alto nível! Depressa!!"

Reprimindo sua enorme emoção, Álvaro ordenou aos assistentes, a voz trêmula de tanta excitação.

Imediatamente, os assistentes começaram a agir.

Álvaro, ele próprio, assumiu o procedimento, utilizando a técnica mais delicada, porém ágil, extraindo com extremo cuidado o sangue de Jorge — sangue este que havia acabado de passar por uma parada cardíaca e quase fora destruído por toxinas e experimentos, mas que agora carregava a esperança da vida.

Naquele sangue, estavam contidos valiosos anticorpos!

Tempo era vida!

O equipamento de purificação funcionou a todo vapor, e o processo de concentração ocorria em uma corrida contra o relógio.

Em poucos minutos, um frasco de soro de anticorpos concentrado já estava fortemente apertado nas mãos de Álvaro.

Sem perder um segundo, ele saiu apressado do laboratório, abrindo com força a porta da sala de atendimento ao lado.

"Rápido, aplique imediatamente na Zélia!"

……

A chegada de Álvaro provocou um sobressalto em Agostinho, que estava à beira do desespero.

Instantes antes, o eletrocardiograma de Zélia quase se transformara numa linha reta!

Ele havia prometido a Jorge que faria de tudo para salvar a vida de Zélia.

Foi por pouco!

"Todos saiam da frente!"

Agostinho reagiu prontamente.

Ao seu comando, a equipe médica que se aglomerava ao redor do leito de Zélia rapidamente se dispersou.

Assim, Álvaro pôde chegar sem obstáculos até a cabeceira do leito de Zélia.

Sem hesitar por um instante, ele injetou com precisão o soro salvador na delicada veia de Zélia!

No momento em que o soro entrou, parecia que uma corrente invisível e cálida percorria todo o corpo de Zélia, antes frio e arroxeado.

No laboratório ao lado, Jorge, que acabara de travar uma luta entre a vida e a morte, recuperou um fio tênue de consciência graças ao estímulo do desfibrilador.

Ele se preocupava com Zélia.

Agostinho sabia que Jorge, naquele instante, desejava ardentemente estar ao lado da filha.

Imediatamente, ele e a equipe médica levaram Jorge até a cama de Zélia.

"Zélia…"

Os lábios ressecados de Jorge se moveram silenciosamente.

Zélia, estava viva novamente.

A equipe médica de Álvaro e Agostinho imediatamente realizou um exame completo em Zélia.

Somente quando confirmaram que tudo realmente havia se estabilizado, voltaram-se para Jorge: "irmão Jorge, Zélia foi salva! Os anticorpos funcionaram! Ela sobreviveu! Os sinais vitais estão totalmente estáveis!"

"Irmão Jorge, conseguimos, você salvou a Zélia!"

Ao ouvir essas palavras, Jorge finalmente deixou escapar o fôlego que vinha sustentando com esforço.

Seu olhar tornou-se vago.

Os nervos, antes tensionados ao limite — que o mantiveram suportando dores desumanas, passando por uma parada cardíaca, aguardando notícias com as últimas forças da vontade —

naquele momento, desabaram como um edifício que perde sua última viga de sustentação!

O olhar fixo de Jorge para Álvaro se apagou, pouco a pouco, de forma lenta e irreversível.

Sua mão, cujos dedos estavam cravados na própria carne, relaxou sem forças.

O corpo, que mantinha rígido num esforço sobre-humano, perdeu toda a energia de repente, desabando como uma marionete sem fios sobre a fria maca do laboratório.

"Bip—— bip—— bip——"

No monitor, a linha do pulso recém-restabelecida voltou a enfraquecer e se desorganizar, a pressão arterial caiu rapidamente, e a saturação de oxigênio despencou de forma abrupta!

O alarme estridente soou novamente, de maneira ainda mais angustiante!