Filha Foi Cremada! Onde Você Estava? romance Capítulo 676

Zélia também queria dar um beijo nele?

Jorge olhou para Zélia com um olhar cheio de expectativa.

No instante em que seus olhares se encontraram, Zélia parou o movimento de se aproximar.

Depois de beijar a mãe, ela virou a cabeça instintivamente e olhou para Jorge, que estava ao seu lado.

O olhar dele estava repleto do mesmo orgulho, alegria e... uma leve e quase imperceptível tensão de expectativa.

No coração de Zélia, surgiu um impulso de também querer beijá-lo.

Porém, mal começou a agir, pensou imediatamente na mãe...

Será que a mãe ficaria incomodada ou chateada?

Ela sabia que, naquele momento, a mãe estava fria com o pai.

Zélia olhou rapidamente para Naiara.

Seu corpinho, que antes se inclinava para Jorge, agora voltou-se para Naiara; ao abraçá-la, Zélia também deixou de olhar para Jorge.

Naiara, que acompanhava cada movimento de Zélia, naturalmente percebeu o que a filha fez.

Ela viu que Zélia tinha a intenção de beijar Jorge.

Desde que aceitou que Zélia continuasse na competição, Naiara já sabia que Jorge aproveitaria a oportunidade de ficar a sós com Zélia para fazer o melhor por ela.

O desejo de Zélia por carinho paterno era evidente.

Facilmente, Jorge conseguia tocá-la emocionalmente.

Naiara não olhou para o olhar decepcionado de Jorge; apenas apertou a filha com mais força nos braços.

A plateia já estava em aplausos entusiasmados, misturados com soluços emocionados.

Aquela cena, inesperada e comovente, tornou-se o momento mais brilhante da cerimônia de premiação.

Só quando o mestre de cerimônias fez um lembrete gentil, Naiara conseguiu acalmar um pouco a emoção, mas ainda segurava Zélia com força.

Ela recebeu o troféu das mãos da filha e o ergueu bem alto, mas seus olhos permaneceram fixos na menina em seus braços.

Aquela honra, coroada pessoalmente por Zélia, ganhou um sentido pleno e incomparável!

...

Após a cerimônia de premiação, houve um grande jantar de comemoração ao ar livre.

A noite caía, as luzes começavam a brilhar, perfumes no ar, sorrisos por todos os lados, e a festa estava animadíssima.

De repente...

Seu pai estava sempre muito ocupado.

Ela mal tinha tempo com ele, quanto mais momentos assim tão íntimos.

No entanto, Zélia se esforçava para esconder esse desejo.

Jorge, que não saía do lado das duas, percebeu imediatamente a reação da filha.

Ao ver o olhar apagado de Zélia diante do carinho entre pai e filha de outra família, lembrou das palavras de Naiara no parque de diversões.

Aquela era a infância de Zélia que ele perdera.

Sem hesitar, Jorge ignorou o desconforto do próprio corpo e agachou-se rapidamente.

Ele abriu os braços e disse, com voz firme e suave: "Zélia, vem, papai também vai te levantar pra ver!"

Pelo olhar de Jorge, Zélia entendeu que ele queria colocá-la nos ombros. O rostinho ficou corado e ela recuou meio sem jeito, murmurando baixinho: "Eu... eu já tenho oito anos..."

Ela queria muito, mas achava que já era grande demais para isso...

Jorge, agachado, olhou para a filha, que estava tímida e cheia de vontade, e falou com extrema seriedade: "Para o papai, Zélia sempre será a menininha que precisa ser levantada bem alto! Sempre será! Antes, o papai errou, perdeu muita coisa. Agora, o papai vai compensar tudo!"

A voz dele não era alta, mas cada palavra chegou clara aos ouvidos de Zélia: "O que as outras crianças têm, minha Zélia também vai ter! E o que ninguém tem, se você quiser, o papai vai dar um jeito de conseguir!"

"Zélia, dá uma chance para o papai, pode ser?"