Humilhada pelo meu chefe romance Capítulo 5

Ao amanhecer, levanto e vou ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Deixando- o na cama ainda roncando como um trator velho.

.." Nem me ouso a acorda- ló. Bebeu tanto ontem que com certeza irá acordar de resseca.

Volto para o quarto, me troco e desce para a cozinha para pegar a minha bolsa e ir para a estação de trem.

Por não querer e não poder me atrasar logo no meu primeiro dia, resolvo sair sem tomar café da manhã.

— Prefiro chegar uma hora adianta do que uma hora atrasada. - digo enquanto tranco a porta.

Não sei se é a ansiedade, o medo ou o nervosismo, mas parece que demora uma eternidade da minha casa até a estação, da estação até a mansão do senhor Price, mas depois de 40 minutos mais ou menos chego enfim ao meu novo emprego.

Aperto a campainha e mais uma vez sou recebida pela senhora Constância.

— Bom dia, Grace, já vou abrir o portão para você.

— Ok, e bom dia para a senhora também.

O portão se abre, entro e a encontro na porta da entrada da mansão a minha espera.

— Pronta para o seu primeiro dia, Grace?

— Pronta 100% a gente nunca está, mas eu estou bem ansiosa e animada para começar.

— Que bom, isso já é um bom começo, não é? - sorri para mim — Agora vem, me acompanhe até a cozinha.

— Ah, claro.

Enquanto caminhamos pela enorme mansão, fico cada vez mais impressionada com a belíssima decoração e a riqueza de detalhes de cada lugar que passamos.

.." Uau, as pessoas que constroem e decoram esses lugares estão mesmo de parabéns. Um trabalho maravilhoso e excepcional.

Apesar de tudo ser muito lindo e sofisticado, reparo que não há fotos de família, parentes, amigos, namorada ou noiva.

O que acho um pouco estranho para um homem como ele.

— Senhora Constância, como sabe, hoje é meu primeiro dia e embora o senhor Price tenha me dito ontem que serei sua assistente pessoal aqui dentro, eu ainda tô meia que na dúvida do que fazer ou não, por onde devo começar. Então será que poderia me dar alguma dica? - peço gentilmente — Tenho medo de cometer algum erro e perder o trabalho já no início.

— Bom, é por isso que eu estava à sua espera, Grace. - diz num tom brando — Eu vou passar algumas coisas e aos pouquinhos você vai pegando o jeito, acredite. Ok?

— Ok, e obrigada.

— Disponha.

Mas alguns passos e finalmente entramos em uma belíssima cozinha.

— O que acha de antes de eu começar a te passar o que você fará hoje, nós tomarmos um cafezinho quentinho, pré cuado e comermos alguma coisa. - para ao meu lado, dando espaço para eu ver uma enorme e farta mesa — Afinal, tenho quase certeza que você não comeu nada antes de sair da sua casa, acertei?

Eu não sei se respondo a ela, que ela está certa, ou admiro tudo que tem em cima da mesa.

Croissant/brioche, bruschetta, cornetto, bombolone, torradas, pan pomodorato, geleia, mel, frutas, iogurte, cappuccino ou, o mais tradicional cafezinho preto.

— É, a senhora acertou, eu não tive tempo de comer nada. Fiquei com medo de chegar atrasada novamente.

— Então venha e sente- se. - puxou uma cadeira para mim — Como a vontade.

Eu fico com um pouco de vergonha, mas.. é melhor ficar com vergonha de barriga cheia, não é?.

Sento e ela senta ao meu lado.

— Pode ficar a vontade, Grace. Coma o que quiser.

— Tá bom, obrigada.

Enquanto tomamos café juntas, eu decido perguntar um pouco sobre o senhor Thomas.

— Senhora Constância, o senhor Price vive sozinho aqui, sem família, parentes?

— Bem, sozinho.. sozinho.. não, a noiva dele sempre está por aqui, algumas vezes na semana ela até dorme aqui.

— Ah, sim, entendi. - tomo um gole de café.

— Mas não é sempre que eles dormem no mesmo quarto, ultimamente ela anda dormindo bastante no quarto de hóspedes.

— E como a senhora sabe? - indago curiosa.

— Bom, eu sou a governanta da casa, então eu preciso estar sempre atenta aos cômodos que precisam ser limpos.

— Ah, sim, claro.

.." Se ele já tem problemas no paraíso antes de se casar, imagina depois. - ri por dentro — Se ele soubesse como é um inferno, ele desistiria de se casar.

— A senhora trabalha bastante tempo para ele?

— Hum, há quase 20 anos.

— Nossa, bastante tempo.

— Sim, bastante.

Como um pan pomodorato enquanto ela come um pedaço de melão.

— Fora a senhora, quantos funcionários mais tem aqui na mansão?

— Bem, nós éramos 11, agora com você 12.

— Caramba, tem tudo isso?

— Sim, tem o Rick que é o motorista, Shirley a cozinheira, Anna a copeira, Bella e Lucy são as faxineiras e arrumadeiras, John o jardineiro, Nick e Leo são os seguranças, Pietro o limpador de piscina, Bethy a lavadeira e passadeira, eu como governanta e você agora como uma assistente pessoal ou secretaria pessoal, como preferir.

— Mas se o senhor Price já tem governanta, faxineira e arrumadeira, porque ele precisaria contratar uma assistente pessoal? - indago curiosa.

— Porque aqui, cada um tem a sua função, e a função delas já diz; arrumar, faxina e limpar, enquanto eu atuo na gestão de equipes de trabalhos domésticos; que vai desde cozinheiro, faxineiro, jardineiro até os prestadores de serviços como; limpadores de piscina, motorista, entre outros, a fim de assegurar que os gostos e preferências requeridos pelo meu CEO seja feito perfeitamente.

— Ah, sim, entendi.

Levo a xícara até a boca e bebo outro gole de café.

Sinto que será um pouco puxado, cansativo e estressante.

— A sua função aqui na mansão a partir de hoje Grace, é organizar as rotinas dele, organizar a agenda da casa, organizar o escritório e o closet dele, atender as pessoas na ausência dele ou não e repassar os recados recebidos, atender as chamadas telefônicas no telefone particular dele, registrar e anotar as mensagens recebidas, agendar reuniões caso necessário, reservar espaços no dia a dia caso necessário, organizar preparativos de festas, viagem, ajuda- ló na escolha de roupas a vestir, e muito mais, ...

— Ajuda- ló a escolher roupas para vestir, telefone particular?

— Sim, com certeza hoje ele vai te entregar e explicar certinho tudo o que você tem que fazer. Eu só estou resumindo algumas de suas funções aqui dentro, para que você não seja pega de surpresa.

— Ahm.. ok.

.." É, já vi que a pressão vai ser grande, mas eu vou conseguir, afinal não sou de desistir tão facilmente.

 Eu ainda estou um pouco curiosa sobre ele, então decido perguntar mais algumas coisas a ela.

— Senhora Constância, quantas assistências ele já teve?

— Hum.. não muitas. - olha-me atentamente — Na realidade, você é a quarta.

— E o que aconteceu para elas saírem ou serem dispensadas?

— Bom, a primeira, depois de trabalhar aqui por 3 anos, teve o visto negado e por isso teve que voltar para o país dela. Algo que não tinha o que ser feito. Já a segunda, depois de quase 7 anos aqui com ele, ela se casou, e é claro que o marido não permitiu mais que ela trabalhasse. Fazendo- a pedir a conta. E a última, foi dispensada pela noiva do senhor Price.

— Sério, porque? - a olho apreensiva.

— Infelizmente essa última, eu não sei te falar. Foi tudo bem sigiloso.

— Ah, sim, entendi.

Sinto uma leve tensão surgir.

— E a família dele, vem muito aqui?

Pergunto mesmo sem saber se ele tem família e parentes.

— Não, ele teve uns problemas pessoais com os pais e dois dos irmãos dele, então, ele decidiu se afastar da família. Eles só vem até aqui quando são chamados.

— Ah, tá.

Pelo tom de voz dela já me toco que não devo questionar o motivo.

Como um pedaço de bolo e tomo o último gole de café.

— Bom, agora que terminamos o café, você vai pegar uma bandeja, preparar o café dele e levar até o quarto. - diz levantando - se da mesa.

A olho surpresa, com as sobrancelhas levantadas.

— Ele não toma café da manhã aqui?

— Normalmente não, ele prefere tomar no quarto dele.

— Mas porque é que eu tenho que levar para ele? - indago um pouco confusa.

— Porque agora você é a assistente pessoal dele, e só a assistente pessoal pode entrar lá quando ele ainda está dormindo.

Engulo em seco e desvio o olhar.

— Ah, sim, claro. - concordo — Mas o que eu devo levar para ele, senhora Constância? O que ele normalmente come de manhã?

Pergunto já que não sei o que ele está acostumado a comer no café da manhã.

— Bem, leve alguma fruta, um copo de suco natural, uma xícara de capuccino, torradas e um pouco de geleia real. Ele não gosta de coisas muito pesadas, logo que levanta.

— Ok.

Me levanto, vou até os armários e pego tudo que vou precisar, e em seguida vou até a geladeira e pego as outras coisas que faltam.

— Uma última pergunta, senhora Constância. - a olho já com a bandeja pronta — Onde fica o quarto dele?

— Na face leste do segundo andar, segunda porta a sua direita.

— Ah, sim, obrigada. - sorriu para ela.

— De nada. - retribui o sorriso.

Pego a bandeja e vou em direção ao corredor.

— Há.. eu já ia me esquecendo, Grace!.

Paro e viro para ouvi- lá.

— Bata somente duas vezes, e se caso ele não responder entre, acenda a luz, mas sem fazer nenhum barulho. - explica- me — Deixe a bandeja em cima da mesa que fica perto da janela, abra as cortinas, vá até o closet e separe um terno, uma camisa, uma gravata e um par de sapatos preto para ele. Coloque em cima da peseira e saia.

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