Humilhada pelo meu chefe romance Capítulo 4

— Oi, amor, como foi a entrevista? - fingi se importar.

Na realidade se importa sim, afinal se eu não trabalhar, as contas acumularam ainda mais.

— Muito bem, tanto que já começo amanhã.

Ele, então, se aproxima, segura em minha cintura e da um selinho em minha boca.

— Olha, aí sim amor, eu sabia que você ia conseguir.

— Obrigada. - digo num tom seco.

Eu olho para a Emma, e ela parece estar com mais raiva do que eu.

— Hoje a noite vamos comemorar, delícia.

Segura no meu cabelo, vira o meu rosto e da outro selinho.

Emma faz uma cara de nojo para mim.

— Tá bom, Anthony. - concordo mesmo sabendo que não tô a fim.

Pego a garrafa de vinho já vazia, me levanto para ir jogar no lixo e levo um tapa inesperado em um lado da minha bunda.

O barulho do tapa ecoa na pequena cozinha.

— É isso aí, essa é a minha garota.

Eu tenho que me segurar para não mandar ele para o inferno enquanto caminho até o lixo perto da porta.

— Ah, e não esqueça de vestir aquela lingerie azul turquesa que amo tanto, hein.

— Claro que não amorzinho. - aperto os dentes de cima nos de baixo, com muita força.

Ele, então, vai até a geladeira, pega uma latinha de cerveja e saí para a rua novamente.

Olhando para a Emma, sei que ela está sentindo o mesmo que eu.

Nojo, asco, raiva, ódio, ...

— Como você consegue suportar esse homem em cima de você, Grace? - indaga — Ele é asqueroso, nojento, repulsivo, repugnante, ...

— Não sei. - suspiro — Talvez seja porque ele é meu marido, e é minha obrigação.

— Desculpa Grace, mas você está totalmente errada. - descorda — Você não é obrigada a transar com um homem que não te sustenta.

— Pode até ser Emma, mas se eu nego a ele, ele começa a me insultar, diz que estou o traindo com alguém, não me deixa dormir.

— Cara, sinceramente, eu não sei se eu conseguiria suportar um homem desse, como você o suporta. - Balança a cabeça negativamente — Um cara folgado, encostado e aproveitador.

Mas uma vez ela está certa nas palavras.

— Sim, mas uma vez você está totalmente coberta de razão, Emma. - concordo — Mas ele não era assim. Ele era tão diferente quando eu o conheci.

Começo a me lembrar da época da faculdade.

— Quando saíamos, ele não deixava eu pagar, nem muito menos rachar a conta com ele. Desgrudar de mim? Só quando cada um tinha que ir para o seu dormitório ou aulas diferentes. - sinto- me decepcionada — E comemoração então? Até uma nota boa nas provas.

— Sim, você disse certo, Grace. Ele era diferente. Hoje não mais. - ela pega as taças e coloca dentro da lava louças — Com o tempo as pessoas mudam, algumas para melhor e outras infelizmente para pior. Que seria o caso dele.

— Sim, realmente foi para pior.

Sento novamente na bancada da ilha e fico batendo meus dedos nela.

A ansiedade parece querer tomar conta do meu corpo.

— Sabe, eu sei que é uma pergunta um pouco íntima demais, mas como é que é na hora h entre vocês dois? - olha- me atentamente.

— Ah, o que eu posso te dizer?. Frio como a Antártida.

— Sério? - me olha incrédula.

— Sim, o duro que sim. - suspiro — Enquanto ele tá lá se satisfazendo, eu fico olhando para o teto, torcendo para que ele acabe logo.

— Nossa, amiga, eu não fazia ideia que isso estava acontecendo com você.

— É que infelizmente eu não tenho mais vontade, nem desejo nenhum de transar com ele. - digo desanimada — Tudo entre nós esfriou completamente.

— Mas você não sente mais nada por ele, nenhum tipo de afeto?

— Não, em meu coração não há mais respingo nenhum de amor, de paixão, de carinho, ... , nada.

— Então se você não o suporta mais, não sente mais nada por ele, porque você não o manda embora, pede o divórcio e vai viver a sua vida? Afinal essa casa é sua, está no seu nome.

— Sinceramente eu não sei, Emma. - respondo indecisa — Talvez seja porque eu já me acostumei a tê- lo por perto, ou até medo de ficar sozinha, sei lá. - digo enquanto aliso uma mecha do meu cabelo.

— É, pode até ser isso mesmo, Grace. - concorda — Mas ouça e siga um conselho de amiga.

A olho atentamente.

— Tente mudar o seu jeito de pensar, o seu jeito de agir. - aconselha- me — Pare de se apegar tanto nas coisas ou nas pessoas, porque uma coisa que eu aprendi na vida 'é que nada é nosso, tudo é emprestado'.

A Emma tem a mesma idade que eu, mas às vezes ela parece tão mais amadurecida.

— Pode deixar, eu vou.

Ela senta do meu lado e segura na minha mão.

— Grace, você ainda é nova, bonita e interessante. - elogia- me — Com certeza tem muitos homens melhores do que ele por aí. Homens que com certeza a tratariam como uma rainha e não como uma serva, uma criada.

— Eu sei, Emma, eu sei.

Coloco os dois cotovelos em cima da ilha e apoia a minha cabeça em minhas mãos.

— Se você sabe mesmo, então, acorda Grace. Pare de deixar ele fazer de você, o que ele bem quer. - diz num tom firme — Mostra para ele, que é ele quem precisa de você e não você dele.

Talvez se eu seguisse todos os conselhos que a Emma já me deu, minha vida não estaria como está hoje.

— Pode deixar, desta vez eu vou fazer de tudo para seguir o seu conselho.

— Assim espero, Grace. Porque a única coisa que eu quero, é que você seja feliz como você realmente merece.

A olho com ternura e sorriu.

— Obrigada. - agradeço de coração.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

— Bom, agora deixa eu ir. - pega sua bolsa ao lado da minha — Eu preciso descansar para o meu turno da noite na boate.

Emma é dançarina na boate *Flor da noite*.

Não que seja um serviço que ela se orgulhe, mas é o que a ajuda pagar as suas contas.

— Ok, vai lá, e obrigada por tudo viu.

— Não precisa me agradecer, Grace. - diz com humildade — Você é muito mais que uma amiga. Você sabe disso.

— Idem.

Ela me abraça apertado e vai embora.

— A Emma é realmente a melhor pessoa que Deus poderia ter colocado em meu caminho. - digo com sinceridade — Igual a ela não há.

Depois que a Emma se vai, eu começo a fazer tudo que preciso fazer em casa.

Deixar tudo organizado, já que não sei como irei voltar do meu primeiro dia de trabalho.

Após isso, vou para o banheiro tomar um longo banho antes de me deitar para descansar para o dia seguinte.

— Ué, o Anthony ainda não chegou?!

Olho para o relógio e vejo que já são quase 00:00.

— Quer saber, eu vou me deitar e dormir, afinal tenho que acordar cedo amanhã.

Me deito e em poucos minutos adormeço.

— Oh, gataaaaa.

Acordo com a voz arrastada do Anthony me chamando, mas sem abrir meus olhos.

— Vamos brincar de papai e mamãe, gostosa.

Estou com tanto sono que o ignoro.

— Gata, eu quero.

Segura no shorts do meu pijama e o puxa para baixo, fazendo- me abrir os olhos.

— Anthony por favor, hoje não. - suplico — Você sabe que amanhã tenho que me levantar cedo para trabalhar. Então me deixa descansar, por favor.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Humilhada pelo meu chefe