Eu me virei e o segui até a porta de saída com o olhar dele em mim tão sério, que me fez tremer toda.
Meu celular continuava a tocar insistentemente.
_ Será que eu poderia atender a ligação do meu marido primeiro, senhor?
_ Acho melhor não senhorita Grace, você terá tempo de sobra para ligar para ele depois.
Agora quero que venha comigo.
_ Ok, o senhor é quem manda.
Tentei responder naturalmente mesmo assim saiu um tom sarcástico.
Ele me levou até uma sala quase vazia.
_ Que sala é essa, senhor Thomas?
_ Uma sala qualquer.
Mas, não a trouxe até aqui para falar dessa sala.
_ Ah, sim, tudo bem.
Então porque o senhor me trouxe até aqui?
O que o senhor tem para falar para mim?
_ Bom, primeiro de tudo, quero saber por que não atendeu ao meu telefonema e nem abriu a porta para mim no meio da noite.
Não adianta tentar mentir para mim, pois sei que você estava acordada.
.. E agora como eu saio dessa?
_ Desculpa senhor, mas eu não estava acordada.
O senhor acredite ou não.
Eu tive uma dor de cabeça imensa quase que o dia todo, então eu tomei umas aspirinas e me deitei.
Dormi praticamente o dia todo e a noite toda.
Só fui ver sua ligação na manhã seguinte.
Eu até ia perguntar ao senhor, o que o senhor queria, mas o senhor e a sua noiva já haviam saído, lembra?
Ele me olhou meio descrente e um pouco zangado.
_ Não, não me lembro.
Eu dei um sorriso sarcástico para ele.
_ Que pena senhor, mas eu me lembro.
Afinal o senhor mandou o recepcionista levar um recado para mim no meu quarto no qual dizia para mim vir direto para cá de táxi.
E quando cheguei aqui o senhor estava com sua noiva do seu lado, então como é que eu iria perguntar o que o senhor queria no meio da madrugada?
O senhor não acha, que ela acharia estranho quando soubesse que o senhor estava altas horas batendo na porta do meu quarto.
Acho que ela ia querer saber qual era o motivo, não é?
Ele franziu a sobrancelha para mim.
_ É, você tem razão.
_ Bom, o senhor tem mais alguma coisa para me perguntar?
Ele me olhou meio desanimado.
_ Não.
_ Ok, então vou voltar lá para fora para poder ligar para o meu marido.
Preciso saber o que ele quer, tudo bem?
_ Tudo bem, pode ir.
Quando eu já estava perto da porta ele segurou em meu braço.
_ Grace?
Eu não disse nada, só me virei para olhá- lo.
_ Desculpe-me.
Seu olhar estava distante, mas senti sinceridade na voz dele.
Eu franzi a sobrancelha em surpresa.
Não acreditei ao ouvi- lo me pedindo desculpa.
_ Pelo que, senhor?
Ele me olhou com tristeza e arrependimento.
_ Pelo modo que te tratei na sala de reuniões.
E por todo o resto.
Eu fiquei surpresa pelas palavras dele.
_ O senhor não tem que me pedir desculpas, senhor Thomas.
Afinal o senhor é meu chefe e eu apenas sua funcionária.
O senhor tem todo o direito de me corrigir e chamar minha atenção.
Então não se martirize tanto, eu já estou acostumada a ser tratada assim.
_ Sim.
Posso até ter o direito como chefe, mas eu não deveria ter falado ou agido daquele jeito com você.
Você não merecia.
Seu olhar era tão triste e distante.
_ Tudo bem senhor Thomas, eu não me importo, sério.
Já cheguei a ser tratada muito pior.
Peço que o senhor não sofra por minha causa.
Lágrimas começarem a se formar nos nossos olhos.
_ Você não vai me perdoar, não é?
Antes que eu pudesse responder, meu telefone começou a tocar outra vez.
O que foi um alívio para mim, já que eu não sabia o que eu iria responder a ele.
_ Desculpe, senhor, mas eu preciso realmente atende- lo.
_ Ok, tudo bem, pode ir.
Conversamos mais tarde em seu quarto, pode ser?
_ Acho melhor não senhor, a não ser que seja algo sobre o trabalho.
_ Você está me castigando, não é?
Eu suspirei fundo.
_ Não senhor.
Só aprendi da pior maneira possível que o meu lugar é o de assistente do senhor e nada mas.
Sua noiva é a Blair, então devo me manter no meu lugar se quiser continuar com o meu emprego, concorda?
_ Mas Grace..
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